Facilitação de fuga

Cláudio Barcelos: ex-diretor da Cadet recebe alvará de soltura

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h50
(Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS – O ex-diretor da Casa de Detenção (Cadet) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, recebeu alvará de soltura, dado pelo juiz Antônio Luiz de Almeida Silva.

Desde o dia 15 de novembro, Cláudio Barcelos estava cumprindo prisão preventiva no Quartel da Polícia Militar, em São Luís, quando foi detido suspeito de facilitar fugas e saídas de detentos da Cadet, em troca de propina.

De acordo com o juiz, já foram coletados os indícios suficientes para a conclusão do inquérito e indiciamento do suspeito. O magistrado afirmou que, como Barcelos não exerce mais a função de diretor, não tem como interferir nas investigações. Outra justificativa para a soltura do ex-diretor, é que ele é réu primário, sem antecedentes criminais e possui profissão de bacharel em Direito.

Entenda o caso

O diretor da Cadet foi preso no dia 15 de setembro pela Superintendência Estadual de Investigação Criminal (Seic). O gestor é suspeito de ter recebido uma quantia, ainda não divulgada, para garantir a liberação de três presidiários do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Na quarta-feira (10), um caminhão invadiu o Complexo Penitenciário de Pedrinhas e derrubou parte do muro dos fundos do CDP, facilitando a fuga de 36 presos.

Durante coletiva, o delegado Luís Jorge informou que Cláudio Barcelos responderá por corrupção passiva, prevaricação e facilitação de fuga. As investigações se iniciaram em junho. Chamou a atenção dos investigadores a saída de detentos pela porta da frente, além dos alvarás de soltura falsificados. Ainda de acordo com o delegado, entre ações do diretor, estava a fraude nas informações no sistema do presídio.

Após a prisão de Cláudio Barcelos, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciárias (Sejap) anunciou o nome do Pastor Noleto Gomes da Silva, o Pastor Noleto, como ocupante do cargo de diretor da Cadet.

Investigações

O delegado André Gossain da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) falou, em entrevista à rádio Mirante AM no dia 16 de setembro, sobre o depoimento prestado pelo ex-diretor da Cadet.

De acordo com o delegado, o diretor negou ter facilitado a fuga de três assaltantes de banco. No entanto, para a polícia não resta dúvida de que ele deu fuga para esses criminosos, recebendo um pagamento de R$ 350 mil.

“Nós temos certeza absoluta da participação do seu Cláudio com relação à corrupção passiva, prevaricação e facilitação de fuga. Sabemos que ele recebeu dinheiro de presos para colocá-los em liberdade. Presos condenados a muitos anos de prisão ou com mandados de prisão preventiva, que jamais deveriam sair da cadeia”, afirmou André Gossain.

Ainda segundo o delegado, há comprovação de que a quadrilha de assaltantes de carro-forte pagou R$ 350 mil para o diretor, para ser colocada em liberdade, e manter os nomes dos criminosos no sistema informatizado da Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), como se eles ainda estivessem presos.

O delegado André Gossain afirma que outras pessoas ainda serão ouvidas. Ele ressalta que a investigação começou a pouco mais de dois meses e poderia ter tido frutos maiores e mais rápidos, mas, pessoas de dentro da Cadet deixaram vazar a informação de que havia irregularidades na Casa de Detenção, como isso, o diretor se desfez de várias provas, o que impediu que outros nomes fossem logo apontados.

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