São Luís

Reivindicações por segurança e reajustes motivam constantes greves de rodoviários

Levantamento aponta crescente onda de assaltos a ônibus. Somente na primeira quinzena de março, foram 40 casos.

Maurício Araya / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h56
 Foto: Douglas Jr. / O Estado.
Foto: Douglas Jr. / O Estado.

SÃO LUÍS – Confirmada, para a tarde desta sexta-feira (28), a paralisação dos rodoviários em São Luís. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (STTREMA), o objetivo é chamar a atenção das autoridades para o alto número de assaltos a coletivos registrados na capital, no momento em que parte dos policiais militares está aquartelada em movimento grevista. A categoria reivindica, ainda, reajuste salarial de 16%.

Para o Comando da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), "a quantidade não afeta de maneira relevante o policiamento nas ruas". Dados levantados pelo STTREMA e divulgados neste mês, no entanto, revelam uma crescente onda de assaltos a ônibus na Região Metropolitana: até o dia 17, já haviam sido registrados 140 assaltos a ônibus desde janeiro, sendo 40 somente na primeira quinzena de março. Em fevereiro, o sindicato registrou 55 assaltos a ônibus. Comparado a igual período de 2013, a quantidade supera em 66% o total de ocorrências. Já no mês de janeiro, foram registrados 45 assaltos a ônibus, contra 58 registrados em igual período de 2013.

No último dia 25, a falta de segurança permitiu que 10 homens armados praticassem um verdadeiro "arrastão" em um veículo do transporte público da capital, levando a renda do veículo – não divulgada – e objetos de passageiros. Após a ação, os criminosos quebraram três janelas do veículo. Ontem (27), na avenida Marechal Castelo Branco, bairro do São Francisco – área já conhecida pelos constantes assaltos –, uma nova ação dos criminosos.

Em 2013, foram registradas 605 ocorrências de assaltos a ônibus, ou seja, número 193% maior se comparado a 2012, quando foram contabilizados 260 casos. Agosto de 2013 foi o mês mais violento, com 70 ocorrências de assaltos a ônibus.

Segurança pública

As paralisações dos rodoviários pedindo reforço na segurança dos veículos se tornaram frequentes nos últimos anos, na capital maranhense, em resposta à negligência das autoridades. Em julho de 2013, uma greve pedia mais segurança no transporte público de São Luís. À época, o secretário de Estado da Segurança Pública, Aluísio Mendes, justificou que assaltos a ônibus haviam aumentado em todo o Brasil, em 38% – conforme informou o próprio secretário –, e, em São Luís, havia dificuldade em combater a prática, pois 80% – novamente, segundo o secretário – dos crimes são cometidos por adolescentes.

 Foto: Amanda Arrais. / Imirante.com (arquivo).
Foto: Amanda Arrais. / Imirante.com (arquivo).

No mês seguinte, uma nova paralisação. À época, segundo o STTREMA, dois ônibus eram assaltados por dia em São Luís, de acordo com estatísticas do sindicato.

 Foto: Biaman Prado / O Estado.
Foto: Biaman Prado / O Estado.

Em outubro do mesmo ano, um protesto de 12h dos rodoviários veio em resposta a sete ônibus incendiados na capital maranhense após uma rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Com medo de novos atentados, os rodoviários recolheram os ônibus às garagens.

No início de 2014, um atentado brutal resultou na internação de quatro passageiros e na morte de uma garota de seis anos de idade.

Reajustes

Também são constantes ameaças e paralisações por reajustes salariais. Em maio de 2012, uma greve geral de motoristas, cobradores e fiscais deixou a população da capital maranhense sem ônibus por mais de 15 dias. À época, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou reajuste salarial de 7% para os trabalhadores, que, não satisfeitos, optaram por manter a paralisação.

Já em julho de 2013, uma nova greve de rodoviários, que exigiam 10% de reajustes nos salários, enquanto os empresários do setor ofereciam 6,5%, o que desagradou aos rodoviários.

No mês de setembro do mesmo ano, nova paralisação que exigia o cumprimento do reajuste salarial praticado desde maio do mesmo ano, e que havia sido suspenso em agosto.

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