SÃO LUÍS - O Sindicato dos Taxistas de São Luís denuncia a contratação de veículos particulares, por várias cooperativas da capital maranhense, para prestarem serviços de transporte de passageiros sem estarem devidamente regularizados. Com a chegada do período natalino, a perspectiva é que o número desses veículos aumente. Além disso, um levantamento realizado pelo próprio sindicato identificou quase 40 pontos de táxis clandestinos na capital.
Além dos já habituais táxis-lotações, que fazem corridas principalmente para a área Itaquí-Bacanga, vem crescendo o número de veículos particulares que prestam serviços a cooperativas de táxis em toda a Região Metropolitana de São Luís. Segundo Renato Medeiros, diretor-financeiro do Sindicato dos Taxistas, as cooperativas de táxis estão contratando proprietários de carros particulares para prestarem serviços às empresas, já que não conseguem atender à demanda toda. Ele destacou ainda que, no mês passado, o sindicato se reuniu com a prefeitura e com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) para discutir a situação e que foi prometida uma maior fiscalização.
"Já pedimos à SMTT que intensifique as fiscalizações. Nós estamos batendo muito em cima disso, para mudar essa situação. Os 2 mil taxistas legalizados estão sendo prejudicados por essa prática e, com o período natalino, a tendência é de que a clandestinidade aumente", assinalou.
De acordo com um taxista que trabalha em uma das cooperativas que realizam essa prática, mas que não quis identificar-se, a contratação de veículos particulares para prestarem serviços está a cada dia ficando mais comum. Assim, muitos taxistas regularizados de São Luís estão perdendo sua renda.
"Nós, que somos legalizados, estamos sendo prejudicados, pois tem carro de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar rodando dentro de São Luís e isso não pode. Na cooperativa aonde trabalho, mais de 50% dos veículos prestadores de serviço são irregulares", disse.
Um levantamento realizado pelo sindicato identificou quase 40 pontos de táxis clandestinos na capital. Os pontos mais movimentados estão situados no bairro Turu, Itaqui-Bacanga e Centro. O diretor-financeiro do Sindicato dos Taxistas também afirmou que a entidade, constantemente, recebe ameaças desses motoristas irregulares que trabalham nessas cooperativas.
Riscos
Aparentemente, os veículos clandestinos não apresentam nenhuma irregularidade, pois muitos taxistas irregulares têm taxímetro, que podem ser adquiridos sem a exigência de nenhuma documentação. No entanto, alguns detalhes como a cor da placa do veículo - que deve ser vermelha - e a ausência do selo da Prefeitura de São Luís, precisam ser notados pelos passageiros.
"Por não possuírem permissão para fazer o transporte de passageiros, muitos desses condutores estão pintando a placa do carro com tinta vermelha, para parecerem regulares. Além disso, vários táxis já foram apreendidos com placa cinza. Qualquer um pode adquirir um taxímetro, não tem fiscalização quanto a isso", afirmou o diretor-financeiro do Sindicato dos Taxistas.
Com a chegada das festas de fim de ano e, consequentemente, o aumento no fluxo do comércio da capital, o risco de assaltos a táxis também aumenta. "Essa época do ano o risco de assaltos é maior e se você pega um táxi que não é registrado corre um risco muito grande, pois você não tem nenhuma garantia", frisou Renato Medeiros.
Mais
Para regularizar o veículo, o taxista precisa receber permissão da SMTT e pagar uma taxa superior a R$ 500. Após essa fase, ele deverá adquirir o taxímetro, utilizado para o cálculo das corridas, e instalá-lo com o lacre de autenticação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O Sindicato dos Taxistas de São Luís orienta para que as pessoas peguem apenas táxis que tenham adesivo da Prefeitura de São Luís.
Números
2 mil táxis cadastrados circulam atualmente em São Luís
40 pontos de táxi clandestinos foram identificados em São Luís
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