BRASÍLIA - O Ministério da Saúde divulgou ontem os novos números de mortes e internações por diabetes e alertou que a doença, associada à obesidade e ao sedentarismo, mata quatro vezes mais do que a aids no país. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foram 50 mil óbitos de diabéticos em 2010 – último ano analisado – contra 12 mil que não sobreviveram por causa da infecção pelo vírus HIV. Como comparação, no mesmo ano, o HIV provocou a morte de em torno de 12 mil pessoas, enquanto os acidentes automobilísticos causaram cerca de 42 mil óbitos.
“O diabetes ocupa hoje um espaço muito importante no cenário brasileiro e o SUS (Sistema Único de Saúde) precisa se reorganizar para dar conta desta demanda”, afirmou. “Nossa pesquisa sobre fatores de risco (chamada de Vigitel e feita pelo telefone com 54 mil brasileiros maiores de 18 anos) detectou que 5,6% da população declararam ser portadora da doença”, disse Padilha. “Em 2013, de maneira inédita e em parceria com o IBGE, vamos fazer o primeiro censo de saúde, com coleta de sangue, para conseguir traçar o perfil do diabético no país.”
Serão 16 mil pessoas que terão o material genético coletado, para a avaliação da dosagem de glicemia , colesterol e sódio, o que permite saber outras doenças associadas ao diabetes e também se o problema endócrino está controlado.
Internações e programas
Além das mortes por diabetes, também foram divulgadas as internações pela doença: 150 mil em 2011, uma média de 410 por dia. Em 2008, foram 72 mil diabéticos hospitalizados, o que indica aumento de mais de 100%.
Apesar da evolução nos últimos quatro anos, os dados mais recentes sugerem que as internações por diabetes estão em declínio, quando comparados o primeiro semestre de 2011 com o primeiro semestre de 2012.
Academia da Saúde
Para tentar frear o avanço da doença, o Ministério da Saúde anunciou que pretende implantar o programa Academia da Saúde, com pontos que facilitem a prática de exercícios físicos na comunidade. Os postos devem oferecer ainda orientação nutricional. Até 2014, o Ministério prevê inaugurar 4 mil locais deste tipo.
O Ministério lançou também um portal voltado aos pacientes com diabetes, que inclui informações sobre a doença e dicas sobre alimentação e atividade física. O site inclui ainda uma lista de sintomas da diabetes, para facilitar o diagnóstico de quem ainda não sabe que tem a doença. O endereço é autocuidado.saude.gov.br.
O portal tem uma linguagem bastante simples, para atingir a população em geral. Contudo, parte do público-alvo são os próprios profissionais de saúde, responsáveis pelo atendimento direto à população. “É o trabalho desses profissionais de saúde que acreditamos que tem um papel fundamental”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os novos dados do Ministério da Saúde foram divulgados, ontem, na véspera do Dia Mundial de Combate à doença, celebrado no mundo todo. Como uma das medidas preventivas, o governo federal lançou um portal para auxiliar os portadores sobre a melhor forma de controlar a doença, com receitas sem açúcar e vídeos com o depoimento de pacientes – entre eles do músico ex- Legião Urbana, Dado Villa-Lobos .
Além de promover a atividade física e alimentação saudável para todas as pessoas – diabéticos ou não – Padilha quer reforçar o alerta ao público feminino. Elas são maioria nas estatísticas – 6% contra 5,2% entre os homens e o diabetes está na quarta posição do ranking das doenças que mais matam as mulheres no país.
O ministro destacou que a mortalidade pela doença é bem mais alta entre as pessoas com baixa escolaridade, e que isso serve como um alerta para a necessidade de orientar melhor a população. “O Sistema Único de Saúde (SUS) precisa se reorganizar para enfrentar essa nova realidade e está se reorganizando”, apontou.
Hoje, o SUS fornece gratuitamente os medicamentos para o controle da diabetes, incluindo a insulina e as seringas, assim como o aparelho e as fitas reagentes necessários para o controle dos níveis de glicemia.
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