Saúde pública

Animais soltos em ruas podem propagar zoonoses, alertam veterinários

Uma das principais zoonoses, a raiva, mata, anualmente, 70 mil pessoas em todo o mundo.

Maurício Araya/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h17

SÃO LUÍS – Estima-se que a capital maranhense, São Luís, possua uma população de quase 20 mil cães e gatos soltos nas ruas. Essa "superpopulação" de animais soltos podem propagar doenças como a raiva ou hidrofobia, uma zoonose causada por vírus, que mata, anualmente, aproximadamente, 70 mil pessoas em todo o mundo. Em São Luís, o Centro de Controle de Zoonose (CCZ), de janeiro a junho deste ano, recebeu 505 animais – 57 diagnosticados com raiva. O CCZ, também, imunizou, pelo menos, 56 mil animais desde o início do ano. A expectativa é que, neste mês de setembro, 90 mil animais sejam imunizados por meio de vacinação.

Segundo com o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Oswaldo Serra, a raiva é a principal preocupação dos médicos-veterinários. "Os principais riscos que esses animais oferecem à população são as zoonoses, aquelas doenças que são passíveis de transmissão dos animais para o homem. Dentro dessas zoonoses, a mais preocupante é, justamente, a raiva. A raiva tem preocupado muito o Estado do Maranhão, principalmente a Ilha de São Luís. Só este ano, nós já tivemos dois casos de raiva humana. É uma doença que não perdoa, ela mata. Não era mais, no século XXI, você ter casos de raiva tendo a vacina contra a doença", afirmou em entrevista ao Imirante na manhã desta segunda-feira (10).

Oswaldo Serra esclarece que a vacinação dos animais deve ser reforçada anualmente. "A primeira preocupação que uma pessoa deve ter quando adquire um animal de estimação é com as vacinas, principalmente a vacina antirrábica a partir dos quatro meses de idade. Essa vacinação tem que ter uma sistemática. Não adianta você vacinar o animal apenas uma vez, no início da vida, e não vacinar mais. Anualmente, ela tem que ser reforçada", alerta.

A vacina é encontrada gratuitamente, na sede do CCZ em São Luís, que fica na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), ou em oito postos de vacinação espalhados em diversos bairros da capital e Zona Rural. Até o fim do ano, serão até 30 postos de vacinação.

Ao verificar um animal na rua, a população pode acionar o serviço de recolhimento do CCZ, por meio dos telefones (98) 3212-2812, (98) 3212-2815 e (98) 3212-2816. A Blitz Urbana, também, trabalha no recolhimento de animais. O telefone é 0800-400-1010.

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