SÃO LUÍS - Com quase metade da idade de São Luís, o Teatro Arthur Azevedo é considerado um dos sete Tesouros do Patrimônio Cultural Imaterial dacapital maranhense, ao lado Convento das Mercês, Igreja da Sé, Palácio dosLeões, Praça Gonçalves Dias, a Rua Portugal e a Azulejaria. A casa deespetáculos já foi palco de inúmeras apresentações artísticas em 195 anos deexistência e já protagonizou outras como um fato que faz parte do período deconstrução do Teatro.
No projeto original, a fachada do Arthur Azevedo era voltadapara a Rua da Paz, onde estava localizada a igreja Nossa Senhora do Carmo. Consideradauma casa de profanação pelos padres carmelitas, a obra foi contestada. O desfecho foi favorável aos padres, o que resultou na construção do Teatro comfachada voltada para a Rua do Sol.
O estilo neoclássico, influência trazida ao Brasil por D.João VI em meados de 1800, da casa é admirado por todos aqueles que têm achance de conhecê-la. “Já apreciei o teatro da platéia e de cima do palco emespetáculos amadores. São experiências diferentes, claro. Mas a grandiosidade ebeleza do Arthur Azevedo sempre surpreendem”, disse a publicitária ÂngelaFerreira.
Catirina
A ópera-boi “Catirina” foi o espetáculo que passou maistempo em cartaz no Teatro Arthur Azevedo e realizou cerca de 250 apresentações.No ano da estréia da obra, em 1996, o Ministério da Educação (MEC) considerou “Catirina” o melhor espetáculo teatral da época.
O artista maranhense Jorge Thadeu, que interpretou o “amo” em Catirina, fez uma breve avaliação ao Imirante.com sobre oespetáculo. “Catirina é um marco nas artes cênicas do Maranhão. Assim como“Édipo Rei” representa um dos melhores momentos do teatro maranhense”, contou.
“Chegamos a viajar com “Catirina” para Brasília e fizemosuma boa temporada no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. Era incrível areceptividade do público com a beleza da maior manifestação da cultura populardo Maranhão representada num palco italiano com tamanha competência”, lembrou oartista.

400 anos
Em 2012, a cidade que abriga o Teatro Artur Azevedo, um dos16 Teatros Monumentos do Brasil, completa 400 anos no dia 8 de setembro e presta homenagens a São Luís, com apresentações de adaptações de obras literárias, para o teatro , de autores maranhenses. Entre eles estão Aluísio de Azevedo, Josué Montello e Lenita de Sá que são três importantes expoentes da literatura local, em períodos diferentes da história de São Luís. Serão cinco espetáculos, sendo que o primeiroaconteceu no último dia 4 de setembro.
A primeira apresentação, da série comemorativa dos 400 anos de São Luís, foi uma adaptação do grupo “Drão Teatro da (in) constância” de “O Mulato” (1881), o segundo romance do escritor, diplomata jornalista e irmão deArthur Azevedo, o maranhense Aluísio de Azevedo. A obra foi considerada, naépoca, uma denúncia do preconceito racial praticado pela sociedade maranhense. A corrupção do clero também foi destacada no romance.
No próximo dia 11 de setembro será a peça “A Peleja de Casemiro Coco pelas ondas de São Luís”, um texto infantil do ‘Laborarte’, adaptado pra o teatro pelos próprios integrantes. No dia seguinte (12 desetembro), haverá a apresentação de “Ilha Grande”, encenado pelo grupo Cartagenes Arte. O texto “Cais da Sagração” do maranhense Josué Montelo, adaptado para o teatro pelo grupo ‘Mira Mundo’, tem apresentação marcada para odia 26 de setembro. E por fim, no dia 27 de setembro, o espetáculo “Ano do Maranhão”, uma adaptação do texto da escritora Lenita de Sá para os palcos pelo grupo ‘Abluir de Teatro’.
Todos os dias terão duas apresentações do espetáculo em questão. Uma às 15h e outra às 20h. A primeira sessão é destinada a crianças deescolas públicas e a segunda é para todo o público que tiver interesse de ir prestigiar.
Personalidades
O Teatro Arthur Azevedo já recebeu em seu palco Paulo Autran, Tônia Carrero, Dercy Gonçalves, Bibi Ferreira e Marília Pêra. E jáexibiu obras de Molière, Martins Penna, Joracy Camargo, Pedro Bloch, ArmandoGonzaga, Paulo Magalhães, José Wanderley, Luiz Iglesias, Modesto de Abreu,Ernani Fornari, Henriette Morineau, Tenessee Williams e Jean Paul Sartre.
Arthur Azevedo
O dramaturgo, poeta, contista e jornalista brasileiro Arthur Nabatino Gonçalves Belo de Azevedo foi considerado, por muitos, o primeirocomediógrafo brasileiro. O irmão de Aluísio de Azevedo escreveu mais de 200peças teatrais. Para o teatro escreveu, entre outras: “O Rio de Janeiro de1877” (1878); “A pele do lobo” (1877); “O Bilontra” (1885); “A Almanjarra”(1888); “O Dote” (1888); “O Badejo” (1898); “Confidências” (1898); “O Jagunço”(1898); e “Comeu!” (1901).
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