São Luís

Rodoviários já estão reunidos para avaliar movimento

Grevistas decidirão se fortalecem movimento com nova paralisação geral ou o encerram a greve.

Leandro Santos/ O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h21

SÃO LUÍS - Em mais uma reunião realizada ontem (30) na Procuradoria Regional do Trabalho, rodoviários e empresários voltaram a discutir benefícios e foi sugerido que os 5% de aumento no tíquete-alimentação fosse acrescido em mais 2%, totalizando aumento de 7%. Também foi discutido que as partes voltassem a tratar de reajuste em seis meses. Hoje à tarde, rodoviários já estão reunidos em nova assembleia para avaliar movimento e discutir se aceitam sugestões discutidas na noite anterior. Eles podem encerrar a greve, mantê-la com 50% da frota ou ainda tentar fortalecê-la, com 100% de paralisação. Até o fechamento desta edição, a reunião de conciliação não havia terminado.

Ainda ontem, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), José Luís Medeiros, informou que, se não houvesse avanços nas negociações, solicitaria ao procurador regional do Trabalho, Marcos Sérgio Castelo Branco, auxílio policial para colocar em circulação mais de 50% da frota de ônibus, a partir de hoje.

Posicionamento

Grevistas e empresários aguardam para hoje um posicionamento do Executivo Municipal, que possa por fim ao impasse. Na manhã de terça-feira, dia 29, foi realizado um encontro na Câmara Municipal no qual ficou acordado que uma comissão de vereadores se reuniria com o prefeito João Castelo para que ele pudesse tomar conhecimento das reivindicações dos rodoviários e das dificuldades das empresas em atender a tais exigências e apresentasse o posicionamento do Executivo Municipal, no intuito de resolver o impasse entre patrões e empregados. No entanto, nenhuma proposta da Prefeitura foi apresentada.

Dorival Sousa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (STTREMA), informou que o titular da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Clodomir Paz, e o presidente da Câmara dos Vereadores de São Luís, Isaías Pereirinha, ligaram para ele logo no início da manhã de ontem desmarcando o novo encontro, pois o prefeito não concordou com algumas reivindicações apresentadas pelos empresários do setor de transporte de São Luís.

"O secretario me pediu um prazo de 24 horas para que ele pudesse sentar com o sindicato patronal para encontrar uma maneira de contornar a situação para que o patronal pudesse oferecer alguma coisa para os trabalhadores", afirmou Dorival Sousa, res-saltando acreditar que o prefeito João Castelo não está se empenhando o suficiente para resolver a situação dos trabalhadores.

"Eu acredito que não está havendo um empenho por parte do prefeito para resolver o problema. De qualquer forma, nós precisamos ver que os empresários precisam de recursos para pagar os trabalhadores. Eles disseram que, se tiverem de conceder os 7% de reajuste, teriam de reduzir custos, diminuindo a frota e demitindo funcionários. Todos eles podem ficar sem emprego por causa da má administração pública, porque é a Prefeitura que gerencia os transportes e dá a concessão das linhas", pontuou o presidente do STTREMA.

Paralisação total

Dorival Sousa não descartou a possibilidade de os rodoviários voltarem a paralisar 100% as atividades, caso a contraproposta apresentada pelo sindicato patronal não seja satisfatória.

"Existe essa possibilidade, sim. Nós vamos convocar a assembleia geral, explicar o que está acontecendo para a categoria e é ela quem vai decidir, porque é soberana em sua decisão", disse o presidente do STTREMA. O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi obtida.

Impasses da negociação

Os principais impasses apresentados pelos empresários dizem respeito à domingueira - na qual os usuários de transporte coletivo da cidade pagam, aos domingos, metade do valor das tarifas nos coletivos; e ao excesso de gratuidade no sistema, que chega hoje a 25%, segundo alega o sindicato patronal. Por exemplo, em um ônibus com 100 pessoas, 25 não pagariam o valor da passagem porque seriam isentas.

16º dia de greve dos rodoviários foi ontem, sem consenso entre patrões e empregados e 50% da frota em circulação.

Momento de tensão

O clima ficou tenso na tarde de ontem durante a reunião realizada na Procuradoria Regional do Trabalho. O secretário municipal de Trânsito e Transportes, Clodomir Paz, teria chamado o assessor jurídico do Sindicato dos Rodoviários, José Rodrigues, de moleque e irresponsável, além de outros xingamentos, conforme alegou o sindicalista. O procurador-chefe do Trabalho, Marcos Sérgio Castelo Branco, que mediava a negociação, ameaçou interromper o encontro, mas os ânimos foram acalmados e Rodrigues decidiu deixar a reunião, que teve prosseguimento.

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