SÃO PAULO - Depois de uma queda de quase R$ 4 bilhões no valor do pacote de 36 caças, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Nelson Jobim, da Defesa, optaram pela proposta francesa na negociação de novos aviões para a Força Aérea Brasileira (FAB), informa o jornal "Folha de S. Paulo" nesta quinta-feira (4).
Segundo a publicação, a fabricante Dassault reduziu o preço final de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) depois de uma revisão concluída no sábado (30), quando Jobim passou por Paris na volta de uma viagem a Israel. Mesmo com a redução, diz o jornal, a proposta francesa ainda tem valor maior qua a das concorrentes (US$ 4,5 bilhões da sueca Saab e US$ 5,7 bilhões da americana Boeing).
Concorrência
Em setembro de 2009, Lula e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, emitiram comunicado conjunto em que anunciavan a intenção da parte do governo brasileiro de entrar em negociação para aquisição de 36 caças GIE Rafale. Os dois também assinaram acordos para o desenvolvimento compartilhado de submarinos e helicópteros.
À época, para convencer o Brasil, a França aceitou em sua oferta uma transferência tecnológica considerada sem precedentes por Paris. Apesar do comunicado, nenhuma outra proposta havia sido oficialmente excluída da concorrência.
Em janeiro de 2010, Lula disse que a escolha dos caças não é uma questão comercial comum e que leva em conta outros fatores que o custo das aeronaves. Ele disse, ainda, que mantinha-se calado sobre essa questão porque é ele quem vai decidir no final.
“O único que ficou em silêncio até agora fui eu. E fiquei em silêncio porque sou eu que tenho o poder de decidir. E quem tem o poder de decidir tem mais responsabilidade, não fala o que quer, fala o que pode”, disse o presidente.
Na ocasião, Lula afirmou ainda que conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pediu que ele apresentasse um relatório sobre os três aviões que disputam a concorrência para atender a Força Aérea Brasileira (FAB).
“Quando esse relatório for apresentado pelo ministro Jobim a mim, tomarei a iniciativa de convocar o Conselho de Defesa, poderei tomar a iniciativa de fazer um debate no Congresso Nacional porque essa questão do caça não é uma questão comercial comum. Não é um acordo eminentemente econômico, que eu vou comprar um porque é mais barato ou vou comprar outro porque é isso”, argumentou. Ele acrescentou, porém, que não deixaria a decisão para o próximo presidente.
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