Política

Sem acordo com Marina, Heloisa Helena deverá concorrer ao Senado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h00

BRASÍLIA - A presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, lamentou o fim das negociações do seu partido com o PV e voltou a elogiar a presidenciável Marina Silva. Os dois partidos encerraram as conversas em torno de uma possível coligação por conta da união declarada de PSDB e PV no Rio de Janeiro.

Embora já trabalhe para apoiar um pré-candidato no partido, Helena descartou a candidatura à Presidência e ressaltou que a decisão de encerrar as negociações poderia ser postergada. “Todos sabem que trabalhei muito para que houvesse uma aliança. Eu gostaria que não tivesse sido [encerradas as negociações]. Gostaria que a gente esperasse um pouco mais, ter trabalhado um pouco mais na intervenção do programa de governo de Marina. Mas as condições objetivas impediram a aliança”, assegurou Helena, afirmando que "todos têm acompanhado as pressões da direção nacional" para encerrar as conversas .

Apesar de já descartar a aliança, a ex-senadora não poupou elogios a Marina. “As considerações elogiosas e respeitosas que eu fiz a Marina, mantenho todas. Ela é um dos mais importantes quadros que a esquerda brasileira já produziu. Ela é competente, honesta, sensível, preparada para asumir a assumir a Presidência. Infelizmente as circunstâncias impossibilitaram a aliança”, disse.

Com pelo menos mais duas pré-candidaturas lançadas, Helena acredita que a definição do nome que deve disputar a Presidência pelo PSOL deve ser acirrada e acontecerá entre o fim de março e início de abril, quando haverá uma convenção nacional do partido. Além de Martiniano Cavalcanti, os ex-deputados federais Babá e Plínio de Arruda Sampaio devem disputar o direito de ser candidato pelo partido.

Questionada se existiria um racha do partido, a ex-senadora disse que se tratam apenas de “concepções diferentes”. “Ninguém agradou a todo mundo ao mesmo tempo; nem Jesus Cristo. Nem eu, se fosse candidata, agradaria todo mundo. Tem gente do PSOL que queria que eu fosse disputar a Presidência por benefício eleitoreiro, como tinha muita gente que queria que eu fosse pelo mais belo interesse legítimo”, declarou.

Além da vontade de volta ao Senado a partir de 2011, a presidente nacional do partido ainda apontou pressões internas dentro do próprio partido como um dos motivos para não se lançar pré-candidata a presidência. ”Tinha questões do PSOL, do programa, o qual não me identificava, e no congresso nacional [do partido] queriam que eu defendesse temas como a legalização do aborto, das drogas, senão não me apoiavam para a Presidência. Foi muita confusão já, então disse: ‘não tem condição de fazer assim’. E me sinto com uma dívida com o Estado de Alagoas”, apontou.

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