Relatório

Sondas são apontadas como causa do acidente do voo 447

G1/AFP

Atualizada em 27/03/2022 às 13h08

SÃO PAULO - As sondas Pitot provocaram o acidente do voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris, afirma um sindicato de pilotos após uma nova investigação que terá os resultados anunciados nesta semana à justiça, informa o jornal francês Journal du Dimanche (JDD).

O Bureau de Investigações e Análises (BEA), responsável pela investigação técnica na França da tragédia do Airbus A330, que matou 228 pessoas em 1º de junho entre Rio e Paris, afirmou em suas primeiras conclusões em 2 de julho que uma falha das sondas Pitot era "um elemento, mas não a causa do acidente".

No relatório, dois pilotos, Gérard Arnoux, comandante de bordo em aviões A320 e presidente do Sindicato de Pilotos da Air France (SPAF), e Henri Marnet-Cornus, também comandante de A330, já aposentado, afirmam que o acidente "sem dúvida poderia ter sido evitado".

"Tal acontecimento não se resume a uma causa única. Mas é uma verdade incontestável que devemos repetir sem cessar: sem a falha das sondas Pitot, o acidente não teria acontecido", afirmou Arnoux em entrevista ao jornal, que dedica a primeira página ao relatório.

As sondas Pitot, que forneceram dados incoerentes no caso do AF447, permitem ao piloto controlar a velocidade do avião, um elemento crucial para o equilíbrio do voo.

"O BEA tenta minimizar o papel desempenhado pelas Pitot porque não fez as fiscalizações que as leis e regulamentos exigem, pelo menos desde o alerta feito pelo seu equivalente alemão em 1999 e, de qualquer modo, desde os incidentes de 2008", completou Arnoux.

Em uma nota interna divulgada em junho aos pilotos, a Air France registrou nove incidentes com sondas Pitot congeladas entre maio de 2008 e março de 2009, oito deles em aviões de longo alcance A340 e um em uma aeronave A330.

"Todos subestimaram o problema das sondas", conclui Arnoux.

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