No Maranhão

Empresas alegam que contrataram pessoas para atuar em terreno onde comunidades foram expulsas

As 25 famílias, que moram na região de Baixão do Norte há mais de 80 anos, foram expulsas de suas casas.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

O caso foi registrado na madrugada do último domingo (19).
O caso foi registrado na madrugada do último domingo (19). (divulgação)

SÃO BENEDITO DO RIO PRETO - Duas empresas que possuem envolvimento em um caso de violência registrado no território da comunidade tradicional de Baixão da Rocha, em São Benedito do Rio Preto, no Maranhão, afirmaram que contrataram pessoas para atuar no local, alegando “limpeza da área” e “preparação do solo”.

O caso foi registrado na madrugada do último domingo (19). Na região onde foram feitos os ataques residem 25 famílias, há cerca de 80 anos, que possuem renda a partir da realização de atividades ligadas à agricultura familiar e o extrativismo, consideradas essenciais.

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Em entrevista concedida à TV Mirante, o advogado de defesa das empresas, Daniel Leite, afirmou que as medidas efetuadas por elas levaram em consideração a sazonalidade agrícola. De acordo com o jurista, a situação ocorrida na área não tem relações com o cumprimento de medidas judiciais.

“A questão não tem a ver com o cumprimento da decisão judicial, mas tem a ver com a atividade agrícola que é desenvolvida nesse local. Há situações que você não pode aguardar. A sazonalidade envolvida em relação à agricultura impele que você tome decisões que têm que ser tomadas naquele momento, sob pena de você perder a safra como um todo. Então, o que houve, na verdade, foi apenas a limpeza de terreno, a preparação do solo, e isso gerou o confronto, volto a dizer, não estimulado pela empresa, mas por essas pessoas que vêm incitado a comunidade local à violência, em relação à empresa”, disse.

Ainda segundo o advogado de defesa, Daniel Leite, a sentença judicial responsável pela concessão do direito às terras, por parte das empresas, definia não haver moradores na área em que houve o conflito. “A própria Oficial de Justiça, que esteve no local, certificou que lá nesse local não há residência. Ela mesma disse que não há residência alguma; o que havia eram choupanas [casebres de acabamento simples], que eram utilizadas para explorar a posse, de algum modo”, concluiu.

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