Conflitos no campo

Homens armados incendeiam casas de comunidade tradicional no MA

As 25 famílias, que moram na região de Baixão do Norte há mais de 80 anos, foram expulsas de suas casas.

Imirante.com

Atualizada em 20/03/2023 às 10h01
Homens fortemente armados invadiram as residências e expulsaram os moradores da comunidade Baixão do Norte. (Foto: Montagem/G1)
Homens fortemente armados invadiram as residências e expulsaram os moradores da comunidade Baixão do Norte. (Foto: Montagem/G1)

MARANHÃO - Na madrugada desse domingo (19), moradores de uma comunidade tradicional afirmam que suas casas foram incendiadas e que precisaram deixar suas terras em São Benedito do Rio Preto, no interior do Maranhão.

Segundo informações, homens fortemente armados invadiram as residências e expulsaram os moradores da comunidade Baixão do Norte, levando alimentos e animais. As 25 famílias que habitam a região, há mais de 80 anos, vivem da agricultura familiar e do extrativismo. No total, a área possui cerca de 600 hectares.

O território onde as comunidades habitam é público. De acordo com o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Interma), já foi identificado que as terras foram griladas.

Em 2021, duas empresas começaram o plantio de soja na região. Moradores afirmam que o conflito começou nesse período, quando uma das empresas, que não possuía licença ambiental para plantar soja, começou a ameaçar as comunidades e a desmatar as terras.

Os produtores de soja entraram na Justiça com uma ação de reintegração de posse de terra para expulsar os moradores.

Homens armados incendeiam casas e expulsam moradores de comunidade tradicional no Maranhão. (Foto: Reprodução/TV Mirante)
Homens armados incendeiam casas e expulsam moradores de comunidade tradicional no Maranhão. (Foto: Reprodução/TV Mirante)

Segundo o Governo do Maranhão, a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e a Secretaria de Segurança Pública realizaram uma investigação para apurar os fatos e fornecer assistência às famílias.

Por meio da Comissão Estadual de Prevenção de Violência no Campo e na Cidade, a Sedihpop disse que tem acompanhado as comunidades para buscar uma solução para os conflitos no local.

Ainda segundo o Governo do Estado, apesar das empresas envolvidas no conflito terem uma decisão judicial contra a posse de comunidades, a ação ocorrida tem indícios de ilegalidade.
 

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