Caso Adriana Oliveira

Polícia marca reconstituição do assassinato da influenciadora no Maranhão

Reconstituição será realizada no dia 10 e é considerada peça-chave para confrontar versões dos investigados.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 04/12/2025 às 14h29

 

A influenciadora digital Adriana Oliveira, de 27 anos, foi morta a tiros dentro de sua casa em Santa Luzia. Foto: Reprodução/Redes Sociais.
A influenciadora digital Adriana Oliveira, de 27 anos, foi morta a tiros dentro de sua casa em Santa Luzia. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

SANTA LUZIA — A reconstituição do assassinato de Adriana Oliveira foi marcada pela Polícia Civil do Maranhão para a próxima quarta-feira (10). A influenciadora digital, de 26 anos, foi morta a tiros no dia 15 de março, dentro da própria residência, em Santa Luzia. A simulação é considerada fundamental para comparar as versões apresentadas pelos investigados com as provas já reunidas no inquérito.

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O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, mas a denúncia contra três investigados ainda não foi formalizada. São eles:

João Batista dos Santos, conhecido como Bruno Macumbeiro — apontado como o atirador.

Valdiley Paixão Campos — marido da vítima.

Antônio Silva Campos, o Antônio do Zico — sogro de Adriana.

Depoimento de Valdiley complica investigados

Uma das informações mais recentes que ajudaram a polícia a reforçar a linha investigativa veio de um novo depoimento de Valdiley, prestado na unidade prisional onde está preso, em São Luís.

Ele afirmou ter reconhecido João Batista durante a triagem na penitenciária, identificando-o como o homem que atirou contra Adriana. Segundo o delegado Allan Santos, essa revelação reforça a participação de João Batista, mas também levanta suspeitas sobre o próprio Valdiley, que já era investigado.

“As características que ele deu no dia do crime batem com as de João Batista, mas isso não muda nada em relação a ele, que permanece indiciado. Temos outros indícios de participação dele no local do crime”, afirmou o delegado Allan Santos.

A polícia também descobriu que Valdiley já conhecia João Batista antes do crime, pois o suspeito esteve na residência da família para verificar um trator. Para os investigadores, o marido omitiu essa informação para atrapalhar o início das apurações.

Indícios contra o sogro da vítima

O sogro de Adriana, Antônio do Zico, também foi indiciado. Segundo a Polícia Civil, áudios enviados pela influenciadora antes do crime mostram que ela tinha medo do que o sogro poderia fazer.

Além disso, a investigação identificou um depósito de dinheiro feito por Antônio para uma conta ligada ao suposto atirador, João Batista, reforçando a suspeita de participação no crime.

Importância da reconstituição

A reconstituição do assassinato de Adriana Oliveira será usada para:

  • Confrontar as versões dos três investigados.
  • Verificar compatibilidade entre depoimentos e provas técnicas.
  • Reconstituir a dinâmica dos disparos e da movimentação no local.
  • Auxiliar o Ministério Público na formulação da denúncia.

A Polícia Civil considera a simulação uma etapa decisiva para esclarecer definitivamente o caso.

Autor dos disparos foi preso

João Batista dos Santos, de 55 anos de idade, conhecido como “Bruno Macumbeiro”, foi preso na cidade de Paraibano (MA) como suspeito de ter executado a influenciadora digital Adriana Oliveira, em Santa Luzia.

A prisão aconteceu após o marido da influenciadora, Valdiley Paixão, ter relatado à polícia que um homem teria invadido a residência do casal, atirado em Adriana e fugido em uma moto.

As características do homem descrito por ele, segundo a polícia, são semelhantes as de um homem que aparece nas imagens trafegando em alta velocidade, em uma motocicleta preta, em uma avenida nas proximidades de onde a influenciadora digital morava.

As imagens foram registradas no mesmo dia em que Adriana foi morta a tiros. As investigações apontam que João Batista pode ser esse homem que aparece nas câmeras.

Transferências bancárias e conversa entre os suspeitos

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Maranhão, delegado Maurício Martins, outros indícios que apontam para a participação de João Batista no crime são supostas transferências bancárias entre ele e o marido e sogro da vítima, além do registro de uma conversa telefônica entre os três.

“São transferências bancárias dos dois primeiros indivíduos que foram presos, um dia após o crime, para a conta de familiares do indivíduo que foi preso hoje; e também uma conversa telefônica que, em certo momento, eles preferiram parar a conversa, para manterem o diálogo de forma presencial, com medo assim de um suposto vazamento, de alguém ouvir aquela conversa. Então, esses são os principais pontos que nos levam a crer da participação desse indivíduo", destacou o delegado Maurício Martins.

O delegado aponta, ainda, que João Batista, que mora na cidade de Santa Inês, também é acusado de matar outras duas pessoas em Pedreiras, com características de pistolagem.

"Anos atrás, praticou crimes na cidade de Pedreiras. Foram dois homicídios com características de pistolagem, portanto, já é indivíduo que tem envolvimento com crimes. Aliados a esses indícios, nós fizemos uma representação pela terceira prisão dele, portanto, são três prisões que vão acontecer. Os dois cumprimentos do mandado de prisão pelos crimes de homicídio da cidade de Pedreiras e mais um agora, da influenciadora Adriana, que nós já demos entrada e vamos dar cumprimento também", explicou o secretário.

Comportamento de sogro e marido elevaram suspeitas

O marido da vítima, Valdiley Paixão Campos, e o pai dele, Antônio do Zico, sogro de Adriana, são os principais suspeitos do crime — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O marido da vítima, Valdiley Paixão Campos, e o pai dele, Antônio do Zico, sogro de Adriana, são os principais suspeitos do crime — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Contradições nos depoimentos e análise de imagens de câmeras levaram a Polícia Civil do Maranhão a prender Valdiley e Antônio omo suspeitos. Além disso, em áudios, a vítima relatou estar "trancada" em casa com medo do sogro.

Entenda:

➡️ COMPORTAMENTO SUSPEITO DO MARIDO: De acordo com o delegado-geral Manoel Almeida, após a influenciadora ter sido baleada, o marido teria prontamente acionado a Polícia Militar, em vez de acionar o Serviço Móvel de Urgência e Emergência (SAMU), para que pudesse prestar socorro à vítima. Isso teria gerado nos policiais uma desconfiança sobre o comportamento dele.

 

➡️ ÁUDIOS DA VÍTIMA: Além disso, áudios da vítima em que ela diz, a uma pessoa não identificada, estar trancada em um quarto com medo na sua própria casa, ajudaram a reforçar a hipótese da suposta participação do marido e do sogro no crime.

Pai e filho estão presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Ao g1, o advogado de defesa de Valdiley Campos Paixão e Antônio do Zico alega que os dois são inocentes (veja mais abaixo).

A polícia trata o caso como feminicídio, devido à gravidade das circunstâncias envolvendo a morte de Adriana. A motivação do crime ainda é investigada.

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