Mulher relata ter sido vítima de treinador de handebol preso por suspeita de estupro; ela foi abusada aos 12 anos
A vítima, de 37 anos, relatou que foi estuprada pelo treinador quando tinha apenas 12 anos de idade. Por causa do trauma, ela passou a sofrer de ansiedade e depressão.
SANTA INÊS - Uma das vítimas do treinador de handebol Joaquim Ribeiro Júnior, de 54 anos, suspeito de praticar o crime de estupro de vulnerável contra suas alunas, se manifestou sobre o caso. O treinador foi preso nessa quarta-feira (9), em Santa Inês.
Em entrevista à TV Mirante, a mulher de 37 anos, que preferiu não se identificar, relatou que foi estuprada pelo treinador quando tinha apenas 12 anos de idade. Por causa do trauma, ela passou a sofrer de ansiedade e depressão, precisando fazer uso de medicamentos.
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“Esse aqui é o resultado de uma infância bem traumática que eu tive. Hoje eu trato ansiedade, depressão, pois na minha adolescência, quando eu tinha 12 anos, esse Júnior abusou de mim sexualmente. No dia (do crime), ele marcou uma reunião, como era de praxe ele fazer, marcar reuniões na casa dele e o time inteiro ia. Só que um dia ele marcou só comigo e aí eu fui. Chegando lá, ele me abusou. Eu só pensava que, depois dele fazer aquilo, ele me mataria. Eu fiquei com muito medo e eu fui para casa correndo, chorando. Agora a justiça foi feita, eu estou tão aliviada, eu tô feliz. E eu espero que ele fique preso pra sempre”, relatou a vítima.
De acordo com a Polícia Civil do Maranhão, o treinador foi alvo de um mandado de prisão preventiva, que é resultado de uma investigação coordenada pela 7ª Delegacia Regional de Santa Inês, a qual teve como base denúncias de vítimas que estudam em uma instituição de ensino da cidade.
A Polícia Civil do Maranhão afirmou que o suspeito já vinha sendo monitorado há dez dias. A investigação foi aberta após denúncias de duas vítimas, ambas de 13 anos. Depois, outras queixas foram surgindo.
Joaquim é muito conhecido na cidade por ser instrutor de handebol de várias escolas públicas e particulares. Ele era presidente da Associação Atlética de Handebol e, ultimamente, atuava apenas em escolas públicas, por meio de contratos.
“Então, as escolas de Santa Inês realizavam a contratação desse treinador para ser professor de handebol, treinar as alunas. E ele se utilizava desse relacionamento com as alunas, pra chamá-las pra sua residência, com diversas justificativas. Uma delas é que seria pra fazer testes de roupa, tirar medidas no corpo e lá, na própria residência, em um quarto que fica ao fundo, ele chamava essas alunas, tirava as roupas e fazia essas medidas”, explicou o delegado Alisson Guimarães, da Delegacia Regional de Santa Inês, que está à frente das investigações.
Joaquim Ribeiro Júnior prestou depoimento na tarde dessa quarta e negou todas as acusações. Nesta quinta, ele foi encaminhado para o Presídio de Santa Inês, onde está à disposição da Justiça. A Polícia Civil apura, agora, se havia a participação de outras pessoas nos abusos e destaca que as vítimas podem denunciar o crime no Conselho Tutelar e na Delegacia da Mulher.
“E temos diversas outras vítimas, que estão procurando a delegacia, temos informes. E esse caso, pela repercussão, tenho certeza que outras vítimas ainda vão ser identificadas”, destacou o delegado regional de Santa Inês.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação de Santa Inês disse que os contratos com treinador, agora preso, foram suspensos há cerca de um ano, assim que começaram a surgir as primeiras suspeitas sobre ele. Ainda segundo a Secretaria, todas as medidas cabíveis foram tomadas para que as denúncias chegassem até as autoridades.
Treinador fazia promessas para atrair as vítimas
Segundo a Polícia Civil do Maranhão, o treinador é dono de uma associação voltada a modalidade de handebol e se utilizava de sua função como treinador, para atrair as alunas.
"Ele tem uma associação de handebol. Ele é proprietário dessa associação. E, há mais de 30 anos, ele vem trabalhando na região com a formação de times de handebol, que participam de competições, e faz treinamentos. Essa associação não tem sede, então, ele usa a casa dele pra fazer essas reuniões. Ao longo dos últimos anos, ele esteve sempre vinculado a alguma escola. Porque as escolas ou contratam, seja escola pública, seja escola privada, ou então, ele consegue contratos com as prefeituras, e trabalha pra essas escolas. A mais recente em que ele estava contratado, era a escola municipal Coração de Jesus, em Santa Inês", explicou o delegado.
As investigações apontam, ainda, que o homem fazia promessas para as vítimas, inclusive financeiras, para praticar os crimes em sua própria residência, mais especificamente em um quarto no fundo do imóvel.
”Ele prometia muita coisa, bens, dinheiro, prometia ascensão no esporte, conseguir vagas em outras escolas. E (segundo as vítimas) isso vinha acontecendo há muitos anos. E parece que, a priori, as famílias não estavam acreditando nas denúncias. E as vítimas relataram com detalhes tudo isso”, destacou Alisson Guimarães.
Durante a prisão do treinador, nessa quarta, a polícia encontrou na casa do suspeito diversos elementos que devem colaborar com a investigação, bem como houve apreensão de aparelhos de celular e equipamentos eletrônicos.
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