Comissão da Verdade

CNV sepulta restos mortais de Epaminondas

O líder comunista foi morto em 1971 e seu corpo exumado em 2013.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h51

BRASIL – Laudo solicitado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), ao Instituto Médico Legal de Brasília comprovou que os restos mortais exumados do Cemitério Campo da Esperança, em 24 de setembro de 2013, são do sapateiro e líder comunista maranhense Epaminondas Gomes de Oliveira. Ele foi morto aos 68 anos, sob custódia do Exército, no antigo Hospital de Guarnição de Brasília, atual Hospital Militar de Área de Brasília, em 20 de agosto de 1971.

Representantes da CNV e parente de Epaminondas chegam na noite deste sábado (30), a Imperatriz com o caixão e os restos mortais do militante desaparecido recém-identificado. Daqui, o caixão será levado até Porto Franco, cidade onde a vítima viveu a maior parte de sua vida.

Neste domingo (31), às 14h, na Loja Maçônica Tiradentes 18, localizado na rua Teixeira de Freitas, 118, Centro, município de Porto Franco, a CNV apresentará as informações do caso Epaminondas a outros parentes do militante, moradores e autoridades da cidade. A partir das 17h, sairá o cortejo até o cemitério Jardim da Saudade, onde Epaminondas será enterrado ao lado da esposa, Avelina da Rocha, no jazigo da família.

Epaminondas, que também foi prefeito em sua cidade natal, Pastos Bons (MA), é o primeiro desaparecido político identificado pela CNV.

Sobre o caso

Epaminondas foi preso em um garimpo paraense, em 7 de agosto de 1971, durante a Operação Mesopotâmia, realizada para prender lideranças políticas da oposição na região do Bico do Papagaio (divisa tríplice entre Pará, Tocantins, então Goiás, e o Maranhão), com o objetivo de tentar detectar focos guerrilheiros na região.

Segundo depoimentos colhidos pela CNV, após ter sido torturado numa área do DNER localizada na estrada entre Porto Franco, cidade onde vivia, e Imperatriz, ambas no MA, Epaminondas foi levado à Brasília, onde permaneceu preso, foi novamente torturado no Pelotão de Investigações Criminais (PIC), e morreu, no dia 20 de agosto de 1971, aos 68 anos, sob a custódia do Exército, no antigo Hospital de Guarnição de Brasília, atual Hospital Militar de Área de Brasília.

Exumação em 2013

Os restos mortais de Epaminondas Gomes de Oliveira foram exumados, a pedido da CNV, em 24 de setembro de 2013, por equipe da Seção de Antropologia do Instituto Médico Legal de Brasília, que possui convênio com a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

Laudo

O laudo, assinado pelos médicos legistas Aluísio Trindade Filho e Malthus Fonseca Galvão, e pela odontolegista Heloísa Maria da Costa, de fevereiro deste ano, conclui que os exames periciais antropológicos, documentais e testemunhais colhidos apontam "que o esqueleto humano exumado em 24 de setembro de 2013, da sepultura 135, da quadra 504 e do setor A do Cemitério Campo da Esperança, representa os restos mortais de Epaminondas".

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