Conflito

Barco com ajuda humanitária para Gaza será interceptado por Israel

Ministro da Defesa ataca Greta Thunberg e acusa ativistas de apoiar propaganda do Hamas.

Imirante

Atualizada em 13/06/2025 às 23h57
Greta Thunberg e brasileiro Thiago Ávila estão entre os tripulantes
Greta Thunberg e brasileiro Thiago Ávila estão entre os tripulantes (Foto: gazafreedomflotilla)

ISRAEL - Neste domingo (8), o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou que o Exército intercepte o barco Madeleine, embarcação com ativistas que tenta romper o bloqueio naval à Faixa de Gaza com o objetivo de entregar alimentos e medicamentos à população local. A sueca Greta Thunberg, conhecida mundialmente por sua atuação contra as mudanças climáticas, está entre os 12 tripulantes.

"Dei ordens ao Exército para impedir que o Madeleine chegue a Gaza", declarou Katz em nota oficial. Ele também atacou diretamente a ativista: "Para a antissemita Greta e seus amigos propagadores da propaganda do Hamas, deixo claro: é melhor voltarem, porque não chegarão a Gaza."

A imprensa israelense informou que os militares planejam abordar a embarcação antes que ela atinja as águas de Gaza e escoltá-la até o porto de Ashdod, so. Os ocupantes, segundo o plano, seriam posteriormente deportados.b controle israelense

Entre os passageiros estão também o brasileiro Thiago Ávila, ativista ambiental e internacionalista, e o ator irlandês Liam Cunningham. Em vídeo publicado nas redes sociais, Ávila afirmou que o barco está navegando em águas internacionais e tem como destino o território marítimo palestino, onde, segundo ele, Israel não tem jurisdição legal. “Katz está admitindo que planeja cometer um crime de guerra”, disse.

Ávila também citou resoluções da Corte Internacional de Justiça e do Conselho de Segurança da ONU para argumentar que Israel não tem o direito de impedir a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. “Quem está violando a legalidade internacional é o governo israelense. Não só contra nós, mas contra o povo palestino — há mais de 80 anos enfrentando genocídio, 18 anos sob bloqueio e agora quase dois anos de crimes de guerra escancarados.”

Em tom de denúncia, ele concluiu: “Ministro Katz, nós não temos medo. O mundo está vendo e não aguenta mais ver crianças morrendo de fome, hospitais e escolas sendo destruídos. Você acha que tem controle, mas tudo o que tem são armas, bombas, violência e ódio.”

O Madeleine, de bandeira britânica, é operado pela coalizão pró-Palestina Flotilha da Liberdade e partiu da Itália no último dia 6 de junho. A embarcação transporta uma quantidade simbólica de suprimentos médicos e alimentos e, neste momento, está a aproximadamente 160 milhas náuticas da costa da Faixa de Gaza.

A viagem segue uma tentativa anterior frustrada, quando o barco Consciência, também da coalizão, foi alvo de ataques com drones nas proximidades das águas de Malta. A Flotilha da Liberdade solicita que uma investigação independente seja realizada sobre o incidente.

Conflito e bloqueio

O atual conflito entre Israel e o Hamas teve início em outubro de 2023, após um ataque surpresa do grupo palestino que matou cerca de 1,2 mil israelenses e fez 251 reféns. Desde então, mais de 54 mil palestinos foram mortos em ofensivas israelenses — cerca de 70% deles, mulheres e crianças. Grande parte da Faixa de Gaza está destruída.

A ONU alerta que a maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza enfrenta fome aguda em razão das restrições israelenses à entrada de ajuda humanitária. O governo israelense, por sua vez, justifica o bloqueio como uma medida de segurança contra o Hamas, alegando que sua principal função é impedir o contrabando de armas para o grupo.

Paralelamente, Israel anunciou a construção de 22 novos assentamentos na Cisjordânia — território considerado palestino pelo direito internacional. Hoje, mais de 700 mil colonos israelenses vivem nessas áreas, cujas ocupações são consideradas ilegais por diversas instâncias internacionais.

Enquanto isso, o Hamas afirmou estar disposto a transferir o controle de Gaza para um governo palestino de consenso, desde que Israel encerre os ataques. No entanto, os esforços diplomáticos para um cessar-fogo seguem travados. Nesta semana, os Estados Unidos vetaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que propunha um cessar-fogo permanente e imediato. Os outros 14 membros votaram a favor da medida.

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