Conflito em Israel

Maranhenses que estão em Israel devem chegar ao Brasil nesta quarta-feira (11)

Grupo que fazia turismo religioso em Israel aguarda voo da FAB e relata insegurança em meio a ataques.

Imirante, com informações do g1 MA

Atualizada em 09/10/2023 às 21h07
Parte do grupo de maranhenses que está em Israel.
Parte do grupo de maranhenses que está em Israel. (Arquivo Pessoal / Pastor Antônio Dias)

JERUSALÉM (ISRAEL) - O grupo de turistas maranhenses que estão em Israel deve chegar ao Brasil nesta quarta-feira (11), fugindo do conflito entre israelenses e palestinos, que foi intensificado no último sábado (7), após o ataque surpresa do grupo extremista islâmico Hamas. De acordo com o pastor Antônio Dias, que é líder religioso e agente de viagens do grupo, o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) deve decolar de Tel Aviv para Brasília na tarde desta terça-feira (10).

"A programação informada para nós é o trecho que será de Tel Aviv e Brasília. Eles não disseram horários, acredito por questão de segurança", disse o pastor, em entrevista ao g1 MA.

O grupo de maranhenses está há nove dias em Israel, onde pretendiam fazer turismo religioso. Um dos voos que deveria trazer os brasileiros de volta ao país foi cancelado no sábado (7), mas 13 pessoas conseguiram embarcar em outras aeronaves. Já no domingo (8), o grupo fez mais uma tentativa de retorno ao Brasil, e mais seis pessoas embarcaram em voos comerciais. Um grupo de 17 brasileiros, entre maranhenses, tocantinenses e paraenses, continua no hotel em Jerusalém até conseguirem ser repatriados pelo Itamaraty.

De acordo com o pastor Antônio Dias, o grupo tentou a repatriação para o Brasil por meio dos filhos dele, que são advogados e acionaram o Itamaraty para anunciar a situação do cancelamento dos voos comerciais para o Brasil. "Tentamos conseguir passagens de volta para o Brasil, mas não conseguimos. A Emirates havia cancelado o voo e estávamos sem resposta. Por isso, entrei em contato para minha filha para entrar em contato com o Itamaraty para conseguir uma ajuda urgente", diz o pastor.

Além disso, o pastor Antônio Dias afirmou que entrou em contato com parlamentares maranhenses, como a senadora Eliziane Gama (PSD/MA) e o deputado federal Josivaldo JP (PSD-MA), para reforçar o pedido de repatriação do grupo de turistas. "Ontem, o Itamaraty ligou e informou sobre a repatriação. Foram passados para nós as características de logística para que pudéssemos nos movimentar e sair do país", explicou Antônio.

Maranhenses em Israel

O grupo com 37 turistas do Maranhão, Pará e Tocantins chegou a Israel no dia 1º de outubro, para fazer turismo religioso, em viagem organizada pela agência de viagens do pastor Antônio Dias, que também é pastor auxiliar na Assembleia de Deus, em Imperatriz (MA). O pastor revela que os turistas estavam no hotel quando o bombardeio do Hamas teve início. "Quando fomos para o café, nosso receptivo nos informou da situação e se mudou toda a logística da viagem. Foi muito assustador", disse.

Repatriação de brasileiros em Israel

A aeronave modelo KC-30 pousou em Roma, na Itália, durante a madrugada desta segunda-feira (9). De acordo com a FAB, o avião decola rumo a Tel Aviv no início da manhã desta terça-feira (10), onde deve receber os brasileiros repatriados.

Com capacidade para até 230 passageiros, o KC-30 deve pousar em Brasília na madrugada de terça (10) para quarta-feira (11). Os voos já foram autorizados pelo governo de Israel, informa o Ministério das Relações Exteriores.

Além desta aeronave, outro KC-30 já decolou rumo a Roma, onde deve aguardar novas informações para partir ao resgate em Israel.

Maranhenses estão em Jerusalém

O pastor Antônio Dias e o grupo de brasileiros estão hospedados em um hotel em Jerusalém, a 200 km de onde está o maior ponto de conflito. De acordo com o religioso, a sensação de medo é constante, já que toda a rotina da cidade foi modificada por causa dos ataques.

"A gente se vê muito impotente. A gente confia em Deus, mas na condição de humano, a gente sabe que somos falíveis. O comércio está fechado, existe uma movimentação muito pouca na rua, só pessoas autorizadas podem circular em atividade de segurança. O que a gente percebe aqui é que intensidade da guerra vai aumentar", disse.

Antônio Dias revelou ainda que, na manhã desta segunda-feira (9), um ataque de mísseis em direção a Jerusalém foi contido, mas, por questões de segurança, o grupo teve que se abrigar em um bunker até o fim do bombardeio. "Veio aquela sirene que assusta a gente e a gente procurou o bunker de segurança do hotel. Ficamos por 5 a 10 minutos e voltou a 'normalidade'. O medo é muito constante por aqui. A gente quer sair e precisamos sair, é uma questão sobrevivência humana. Nós estamos em uma área de muito risco", lamenta o pastor.

Dificuldade para remarcar passagens

Além da dificuldade para deixar Israel, o pastor Antônio Dias relata que o grupo está encontrando problemas para remarcar as viagens até as cidades de origem dentro do Brasil. Isso porque, devido ao conflito e a chegada deles no país em voos da FAB, haverá uma mudança no cronograma de chegada em solo brasileiro. Foi cobrado até R$ 2 mil por pessoa para encaixar os brasileiros em voos a caminho de Imperatriz (MA), Palmas (TO) e Marabá (PA).

"A gente entende a situação, mas não estava em nossos planos ter que remarcar. Só que acho um absurdo a cobrança desse valor em grupo que está voltando para casa em meio à guerra. Agora, queremos chegar primeiro no Brasil e conseguir resolver essa situação o mais rápido possível", diz.

Conflito entre Israel e o Hamas

O conflito entre Israel e o Hamas entrou no terceiro dia nesta segunda-feira (9). O grupo extremista islâmico Hamas bombardeou Israel no último sábado (7), em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. O conflito já dura mais de 70 anos.

O Hamas é um grupo extremista armado e uma das maiores organizações islâmicas do mundo, que controla a Faixa de Gaza desde 2007. Ele é considerado um grupo terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido.

As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa de Gaza, de onde Hamas lançou 5 mil foguetes. Além disso, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país, por terra, ar e mar, com motos e parapentes.

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