Meio ambiente

Maranhão lidera lista de focos de queimadas no país, mostra Inpe

Queima feita pela agricultura é a principal causa dos incêndios florestais no Estado.

Maurício Araya/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h18
 Tempo seco aumenta risco de incêndios em vegetações. Foto: Arquivo/Biné Morais/O Estado.
Tempo seco aumenta risco de incêndios em vegetações. Foto: Arquivo/Biné Morais/O Estado.

SÃO LUÍS – A baixa umidade do ar coloca o sul do Maranhão em estado de alerta, de acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec). Outros 12 Estados e o Distrito Federal sofrem com o tempo seco, que aumenta o risco de incêndios florestais. Entre as recomendações da Sedec, está não fazer fogueiras e evitar jogar pontas de cigarros nas proximidades de matas e florestas. Treze mil focos de queimada foram detectados no país este ano.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Maranhão lidera a lista de focos de queimadas no país. Segundo o Inpe, entre janeiro e agosto foram registrados 8.446 focos de queimadas no Estado. Grajaú, na região central, é a cidade maranhense com mais focos de incêndio registrados: 396 ocorrências; seguida por Mirador, na região leste, com 286 queimadas.

 Mapa do monitoramento de queimadas e incêndios do Inpe. Foto: Reprodução/Inpe.
Mapa do monitoramento de queimadas e incêndios do Inpe. Foto: Reprodução/Inpe.

O coordenador do Programa de Prevenção de Incêndios Florestais em Unidades de Conservação (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirma que a principal causa dos incêndios florestais no Maranhão é a queima da agricultura. "Eles utilizam muito a agricultura de corte e queima, a agricultura em que o produtor faz o corte e usa o fogo para eliminar o excesso da vegetação para poder implementar a nova cultura, seja de mandioca, arroz, etc. Com o tempo seco, o material lenhoso fica suscetível ao fogo, pega muito fácil", afirmou em entrevista à reportagem do Imirante na manhã desta quarta-feira (15).

Ainda segundo o coordenador do Prevfogo, seguindo critérios técnicos, os agricultores podem fazer a queima sem provocar incêndios em outras propriedades. "Os produtores têm que buscar fazer uma queimada mais técnica, não aquela queimada de achar que o fogo do meio-dia, sendo o mais alto, tenha interesse para ele, porque não tem. Uma queima em uma área menor pode ser uma mais efetiva", disse. As orientações podem ser obtidas com técnicos das prefeituras ou na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema). Os procedimentos para a realização de queimas controladas, também, estão disponíveis na página eletrônica do Ibama na internet.

Combate ao incêndio

Esquadrões de brigadas localizadas em 11 municípios maranhenses fazem o controle e combate aos incêndios florestais. Para o trabalho, as brigadas contra incêndio contam com equipamentos de proteção necessários, além de abafadores e bombas costais.

Quem provoca incêndios criminosos comete crime ambiental, cuja pena de detenção varia de dois a quatro anos. As multas são altas, ultrapassam o valor de R$ 1 mil, variando conforme a área incendiada. Denúncias podem ser feitas pela "Linha Verde" do Ibama, no telefone 0800-61-8080 (ligação gratuita).

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