Saúde Pública

Anunciadas medidas para evitar epidemia de dengue no Maranhão

Essas medidas serão apresentadas em reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Brasília.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h43

SÃO LUÍS - A iminência de uma epidemia de dengue no Maranhão neste começo de ano levou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) a intensificar a estratégia de combate à dengue. O Estado está entre as 16 unidades da federação que apresentam alto risco para a doença, de acordo com lista do Ministério da Saúde. Uma força-tarefa de agentes de controle epidemiológico está mobilizada para conter o avanço da doença. Em 2010, foi registrado um aumento de 66% de casos no estado, em relação ao ano anterior. Em São Luís, o número de contaminações subiu 709%, em comparação a 2009.

Em 2010, ocorreram 6.386 casos no Maranhão, ou seja, houve um acréscimo de 2.446 contaminações em comparação a 2009, quando foram registrados 3.840 casos. O número de mortes por causa da doença subiu de três, em 2009, para quatro óbitos, no ano passado. Já os casos graves, que em 2009 foram contabilizados em 50, subiram para 185, em 2010.

Em São Luís, os números são ainda mais surpreendentes. No ano passado, 2.783 casos foram registrados contra 344 em 2009. O acréscimo foi de 2.439 contaminações. Os casos graves passaram de 10 para 98 e as mortes provocadas pela dengue subiram de um para três óbitos, comparando-se os dois anos. "A capital maranhense foi responsável pelo aumento de 97% dos casos de dengue no Maranhão", afirmou Henrique Jorge Santos, superintendente de Vigilância de Epidemiologia e Controle de Doenças .

Lixo -

A falta de coleta de lixo adequada e fornecimento precário de água foram apontados por Henrique Jorge Santos como os principais fatores que levaram o Maranhão a integrar a lista de risco epidemiológico. "O abastecimento intermitente de água para consumo humano provoca o armazenamento incorreto do líquido nas residências", complementou o superintendente.

Em São Luís, o aumento no número de casos também foi provocado por causa da greve de 30 dias dos agentes de saúde e de endemais da rede municipal de São Luís, em maio do ano passado. É o que afirma Henrique Jorge Santos. "Se o controle epidemiológico para, o mosquito se prolifera livremente", explica.

A avaliação das infestações de mosquito da dengue indica que os municípios maranhenses com maior aglomeração urbana, como São Luís, Imperatriz, Caxias, Bacabal e Açailândia, apresentam maior risco de epidemia. Neste ano, as ações de controle da dengue serão novamente focadas no combate à larva do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Para cada 800 residências ou unidades prediais, um agente será disponibilizado. Em São Luís, 456 agentes de endemias trabalharão no controle. "A operação de combate já foi iniciada. Todo dia temos agentes nas ruas", afirmou o superintendente.

Em caso de epidemia, Henrique Jorge Santos diz que nenhum Estado brasileiro está preparado para receber o fluxo de doentes graves nos hospitais. "Os municípios e o Governo do Estado estão capacitando pessoal para que os casos graves sejam evitados. Para que não haja falta de leito, não deve haver doentes. A contaminação só pode ser evitada se houver controle das larvas do mosquito", disse.

Um encontro marcado para a próxima semana deverá reunir o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e os secretários de saúde dos 16 Estados integrantes da lista de altíssimo risco para a doença. O grupo discutirá a atual situação da dengue no país, a prevenção e o controle da doença e ações de atenção ao paciente infectado pelo vírus.

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