Meio Ambiente

Esgoto in natura ameaça o Rio Tocantins em ITZ

Todos os dias, toneladas de água contaminada são despejadas no rio.

Jefferson Sousa/Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h53

IMPERATRIZ – Todos os dias, toneladas de dejetos produzidos por residenciais, são jogados "in natura" no Rio Tocantins, na área de Imperatriz. A água é despejada no Tocantins, pelos riachos que cortam a cidade e de algumas casas que utilizam manilhas e canos para liberar, diariamente, grande parte do esgoto não tratado, no decorrer da costa imperatrizense.

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A rede de esgoto da cidade tem mais de trinta anos. A falta de uma nova tubulação não só prejudica o meio ambiente como também causa revolta a quem mora às margens do rio, que reclama do descaso por parte do Poder Público em resolver o problema.

O pescador Salomão da Silva Medeiros, que mora há mais de 15 anos em uma pequena vila no bairro Beira Rio nas margens do Tocantins, próximo ao cais do porto, é uma das pessoas que se sentem incomodadas com essa situação. Ele conta que, nas imediações de casa dele, há várias manilhas que jogam, sem intervalo de tempo, água contaminada no rio.

 Pelo local, escorrem fezes e urina humana, entre outros dejetos. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
Pelo local, escorrem fezes e urina humana, entre outros dejetos. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)

Salomão da Silva relata que já foram vistos vários peixes mortos no local e reclama do mau cheiro constante que se intensifica quando chove.

“Já vimos muitos peixes morrerem por aqui. É só percorrer o rio para se ver todo o lixo que é jogado. Eles (autoridades) não mandam recolher o lixo e, na hora que chove, o lixo sobe e cheiro fica insuportável", desabafa o pescador. O homem completa: "Nós tínhamos que fazer alguma coisa para desviar a lama e, por isso, fizemos um caminho para que a água escorresse”.

Estações de tratamento

O professor José Dioclides Goes Gonçalves, especialista em planejamento ambiental e professor de Educação Ambiental no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), explica que a cidade possui três lagoas de estabilização, que, em tese, servem de Estação de Tratamento do Esgoto de Imperatriz.

“Temos três lagoas de estabilização totalmente depreciadas e com muito lixo. A Naerobita (1ª lagoa) está tomada por vegetação, e a lagoa de número três, que deveria jogar a água oxigenada, não funciona assim. Têm pessoas que pescam tilápias que se adaptaram às péssimas condições de lá, que é uma grande preocupação. Essas lagoas eram para receber 10% do esgoto de Imperatriz em sua inauguração e, agora, nem isso”, relata o professor.

 Lá é localizada uma das várias manilhas que jogam, sem intervalo de tempo, água contaminada no rio. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
Lá é localizada uma das várias manilhas que jogam, sem intervalo de tempo, água contaminada no rio. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)

Responsabilidade ambiental

A Defesa Civil, órgão fiscalizador do rio, destaca que alguns prédios da cidade fizeram sua própria estação de tratamento para despejar o esgoto tratado corretamente no rio e relembra da importância de preservar o rio e manter a principal fonte de abastecimento de água da cidade.

“Alguns prédios já fizeram sua estação de tratamento, mas infelizmente ainda tem muito esgoto sendo jogado de maneira errada no Rio Tocantins. Esse trecho entre o Cacau e o Santa Tereza é realmente muito poluído e não devemos esperar que aconteça como aconteceu em outros lugares, com a desaparecimento dos rios, por causa da poluição”, alerta o superintendente da Defesa Civil, Francisco das Chagas Silva, o"Chico do Planalto", como prefere ser chamado .

O gerente regional da Companhia de Água e Esgoto do Maranhão Alberto Santos foi procurado para esclarecer sobre a rede de esgoto em Imperatriz, mas se recusou a dar entrevista ao portal Imirante Imperatriz. Ele disse que só falaria por meio da Assessoria de Comunicação.

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