Ação de 15 segundos

Implosão derruba resto de estrutura de ponte que desabou entre o Maranhão e o Tocantins

Moradores foram retirados para manter a segurança da operação. Ponte desabou no dia 22 de dezembro, deixou 14 mortos e três pessoas seguem desaparecidas.

Imirante.com, com informações do g1 Tocantins e TV Anhanguera

Atualizada em 03/02/2025 às 08h06

ESTREITO - As plataformas que restaram da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), foram implodidas na tarde deste domingo (2). A ação durou cerca de 15 segundos para derrubar as estruturas das duas margens no Rio Tocantins. O procedimento ocorreu por volta das 14h. Moradores de 50 casas em Aquiarnópolis (TO) e 150 em Estreito (MA) foram retirados para manter a segurança do procedimento.

As imagens são de Antoniel Silva da TV Anhanguera. De acordo com o Técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), foi utilizado a técnica de calor intenso e o uso de explosivos para causar a implosão. O material foi colocado de forma estratégica para causar 'fraturas' no concreto e provocar o desmonte da estrutura da ponte.

O concreto que caiu às margens do Rio será retirado por meio de máquinas. Para facilitar o acesso, o solo abaixo da ponte passou pela técnica de terraplanagem.

Na última quinta-feira (30), equipes técnicas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Defesa Civil inspecionaram as casas localizadas no perímetro de segurança e comunicaram os moradores sobre a necessidade de desocupação temporária. 

O perímetro de segurança foi estabelecido em 2.148 metros no lado maranhense, em Estreito, e 2.136 metros no lado tocantinense, em Aguiarnópolis. Durante o procedimento, além da evacuação das residências, a travessia do Rio Tocantins — que atualmente ocorre por meio de barcos gratuitos — foi temporariamente suspensa.

Relembre o desabamento da ponte

A ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, provocando uma tragédia que mobilizou equipes de resgate e órgãos governamentais. No momento do colapso, dez veículos estavam sobre a estrutura, incluindo carros, motos, caminhonetes e carretas. Dezoito pessoas foram lançadas no Rio Tocantins, resultando em 14 mortes. Três vítimas seguem desaparecidas, e apenas uma pessoa sobreviveu.

Segundo o DNIT, o colapso ocorreu devido à queda do vão central da ponte. No entanto, as causas exatas ainda estão sendo investigadas.

Estrutura que restou da ponte foi demolida neste domingo (2). (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Estrutura que restou da ponte foi demolida neste domingo (2). (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Com a interdição total da estrutura, motoristas que trafegam entre Maranhão e Tocantins precisam utilizar rotas alternativas. O desvio mais viável aumenta o percurso em cerca de 200 quilômetros, impactando principalmente caminhoneiros e empresas de transporte de cargas, que dependem da rodovia para escoamento de mercadorias.

A situação também afetou a economia local, especialmente em Aguiarnópolis, onde a movimentação de veículos no posto fiscal diminuiu significativamente. Comerciantes relatam queda nas vendas e dificuldades logísticas devido à mudança na rota dos caminhões que abastecem a região.

O momento exato em que a ponte desabou foi registrado em vídeo pelo vereador Elias Júnior (Republicanos). As imagens mostram a estrutura cedendo e os veículos caindo no rio, o que gerou grande comoção e repercussão nacional.

Próximos passos

Após a implosão, a expectativa das autoridades é garantir que a remoção dos destroços ocorra de maneira segura e controlada. A partir da demolição, o governo federal deve iniciar estudos para a construção de uma nova ponte, mas ainda não há prazos definidos para a obra. Enquanto isso, a travessia por balsas e barcos continuará sendo a única alternativa disponível para a população.

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