Tragédia no Rio Tocantins

Número de mortos em desabamento de ponte sobe para 9; há 8 desaparecidos

Corpo foi localizado na noite desta quinta-feira (26); ponte na divisa entre o Maranhão e o Tocantins caiu no último domingo (22).

Imirante.com

Atualizada em 27/12/2024 às 10h49
Três corpos foram encontrados por mergulhadores no Rio Tocantins nas últimas 24 horas.
Três corpos foram encontrados por mergulhadores no Rio Tocantins nas últimas 24 horas. (Luiz Henrique Machado / Governo do Tocantins)

ESTREITO - O Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) anunciou, em nota divulgada na noite desta quinta-feira (26), que encontrou o corpo de mais uma vítima do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre o Maranhão e o Tocantins, que ocorreu no último domingo (22). Agora, chega a 9 o número de mortes confirmadas na tragédia, enquanto outras 8 pessoas continuam desaparecidas.

"Um corpo foi encontrado por volta das 20h, a aproximadamente 6 km do local do desabamento. Ainda não foi possível a identificação", diz a publicação do CBMTO.

Em 24 horas, três corpos de vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira foram localizados pelas equipes dos Bombeiros e da Marinha do Brasil. Durante a manhã desta quinta-feira (26), dois corpos foram localizados a cerca de 38 metros de profundidade, dentro de uma caminhonete que ficou submersa após o desabamento da ponte.

Não há informações sobre a identidade das últimas duas vítimas encontradas, pois os corpos ainda não foram retirados da água. Além de localizar duas pessoas mortas, os mergulhadores também localizaram um caminhão, que estava carregado de ácido sulfúrico, uma moto e uma caminhonete, que estão submersos nas águas do Rio Tocantins.

Outras vítimas identificadas

  • Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
  • Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
  • Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
  • No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO).
  • Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
  • Nessa quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares , de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos.

Profundidade dificulta trabalhos

Equipes de mergulhadores da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros continuam trabalhando para localizar os nove corpos desaparecidos após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. A operação, entretanto, está sendo dificultada pela profundidade do Rio Tocantins, de aproximadamente 48 metros.

De acordo com informações da Marinha do Brasil, drones subaquáticos estão sendo utilizados na operação de resgate dos corpos, mas o trabalho dos mergulhadores encontra dificuldades por causa da profundidade do Rio Tocantins, que reduz o tempo submerso nas águas, e da incerteza sobre as condições das estruturas.

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Marinha envia mais equipes

A Marinha do Brasil enviou mais uma equipe com 18 mergulhadores e mais de 12 toneladas de equipamentos para reforçar as buscas pelos desaparecidos no desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Além dos mergulhadores, a nova equipe enviada pela Marinha conta com um médico hiperbárico, dois enfermeiros hiperbáricos e o operador de uma empresa especializada em inspeções subaquáticas, que está auxiliando de forma voluntária nas buscas.

Junto com a equipe da Marinha, equipamentos específicos para realizar mergulho a ar dependente (MARDEP) até uma profundidade de 57 metros também foram trazidos, além de outros dispositivos que darão ainda mais precisão às buscas, como três veículos submarinos do tipo ROV, que são pilotados de forma remota e têm capacidade para explorar águas profundas.

IML faz força-tarefa para identificar e liberar corpos

Equipes da Polícia Civil do Tocantins (PC-TO) montaram uma estrutura na cidade de Aguiarnópolis, por onde passava a ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão, para identificar as vítimas da tragédia. Após a liberação para buscas submersas, a varredura por água está sendo feita por equipes dos Bombeiros dos dois estados e da Marinha do Brasil.

A ponte desabou por volta das 14h50 do domingo (22). A estrutura na BR-226 ligava o município tocantinense a Estreito (MA). Pessoas que estavam nas proximidades conseguiram filmar o momento exato em que a estrutura caiu.

Cargas intactas

Novas imagens divulgadas pela Marinha do Brasil, nesta quinta-feira (26), mostram uma parte da carga dos veículos que transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico e que ficaram submersos no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que fica entre a divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins.

Os dois caminhões transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. As imagens feitas por mergulhadores profissionais mostram os galões com defensivos agrícolas submersos no Rio Tocantins.

Risco de vazamento é mínimo

O supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça, confirmou que os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.

Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.

“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou o supervisor.

Tragédia em Estreito

No último domingo (22), a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os municípios de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, desabou sobre o Rio Tocantins, causando um grande susto na população da região. O caso aconteceu por volta das 15h e, segundo moradores locais, haviam três caminhões sobre a estrutura no momento da queda.

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