CODÓ - De acordo com dados do Conselho Tutelar, já são oito casos de abuso sexual contra meninas menores de idade. Destes, seis aconteceram no âmbito familiar, ou seja, o agressor é um parente próximo como tio, padrasto.
A conselheira Conceição Rodrigues, que divulgou os números num evento da Plan na última sexta-feira (20), em praça pública, afirmou que além de estuprar, os criminosos tentam manter o ato em segredo usando de grave ameaça contra a própria criança abusada.
"Então a criança, geralmente, ela sofre este tipo de ameaça, ele ameaça: 'olha se você contar eu vou matar seu pai, sua mãe'. A criança, realmente, tem medo. Geralmente é um tio que ela aprendeu a respeitar desde cedo como parente então ela tem aquilo como respeito e isso dificulta até que chegue ao conhecimento da família", explica.
No caso mais recente, com ameaças à vítima, um tio engravidou a sobrinha que tem menos de 14 anos. A gravidez só foi descoberta quando apareceu naturalmente.
"O agressor abusou sexualmente da sobrinha sempre batendo, sempre ameaçando de matar a família dela e quando a família foi descobrir a menina tava com seis meses de grávida. Este caso está em andamento e, graças à Deus, a pessoa está lá a disposição da Justiça. Está preso", afirma.
Dos oito abusos contra menores registrados em 2009, apenas 1 resultou em prisão do pedófilo. Além da falta de denúncia, outros fatores são preponderantes para que esta seja a realidade de Codó – impunidade para a maioria.
"Eu acho que há demora na denúncia, falta de provas. A gente até aconselha à mulher, á adolescente que quando forem vítimas desse tipo de crime que comentem pelo menos com o colega para que tenhamos testemunhas, para que, quem sabe, pelo menos esta pessoa comente o que está acontecendo e denuncie".
A violência sexual foi tema de uma palestra realizada na praça Ferreira Bayma, no dia Internacional de Prevenção à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, pela Ong Plan em parceria com o Conselho Tutelar e o Poder Público.
Mayse Lima, consultora da Ong, sustentou que um trabalho que envolve estudantes, moradores de comunidades periféricas e, principalmente, a família está sendo desenvolvido no sentido de conscientizar à todos quanto à problemática do abuso e exploração sexual de menores.
"Tivemos uma série de palestras com os pais, os alunos, com o corpo docente das escolas, conscientizando sobre este tema levando à tona este tema tão difícil de ser tratado porque trata da intimidade da família, da intimidade do lar".
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