NO MARANHÃO

VÍDEO: jovem cai em voçoroca gigantesca no Maranhão

Buriticupu está em calamidade pública. Na manhã desta sexta (7), um homem foi resgatado com vida após cair em uma voçoroca.

Imirante.com

Atualizada em 08/03/2025 às 07h06

BURITICUPU - Nesta sexta-feira (7), Maisa Sousa, jovem conhecida por moradores e amigos, caiu em uma das grandes voçorocas nos arredores de Buriticupu, a 415 km de São Luís. Ela foi resgatada com vida. Não há informação sobre seu estado de saúde, nem como foi a queda.

A vítima mora no Residencial Eco Buriticupu, umas das regiões que, aos poucos, está sendo engolida por uma voçoroca. A voçoroca que Maisa caiu tem 80 metros de profundidade. O vídeo acima mostra a vítima se mexendo, mas com dificuldades para se levantar. Bombeiros civis foram acionados para realizar o resgate, mas encontram problemas para conseguir se aproximar do local.

Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) informou que, após ser acionado, deslocou equipe do Batalhão de Busca e Salvamento para o local. A vítima foi resgatada pelos bombeiros, que realizaram o atendimento de primeiros socorros. Segundo informações repassadas à equipe, a jovem estaria alterada e teria corrido em direção ao local da voçoroca, ultrapassando a área de isolamento, momento em que acabou caindo. A vítima foi encaminhada a unidade hospitalar pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Vídeo do momento do resgate:

Voçoroca do Residencial Eco Buriticupu avançam a cada ano

Após o avanço das voçorocas, centenas de moradores do Residencial Eco Buriticupu já se mudaram porque não se sentem mais seguras perto da mesma voçoroca onde Maisa caiu. O valor dos imóveis já caiu mais de 50% e ainda assim os moradores dizem que não há quem aceite comprar.

Situação preocupa quem vive próxima as crateras em Buriticupu.  Foto: Reprodução/TV Mirante
Situação preocupa quem vive próxima as crateras em Buriticupu.  Foto: Reprodução/TV Mirante

Buriticupu enfrenta estado de calamidade pública

A cidade de Buriticupu vive uma grave crise ambiental. Em fevereiro deste ano, a prefeitura decretou estado de calamidade pública devido ao avanço das voçorocas, intensificado com o retorno do período chuvoso. Nos últimos meses, diversas casas foram engolidas pelas crateras, ampliando o cenário de destruição.

No final de janeiro, uma residência na Rua Vitória desabou, causando pânico entre os moradores. A casa, já abandonada, foi tragada pelo abismo, forçando a evacuação de outras residências próximas.

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O decreto municipal, assinado em 11 de fevereiro de 2025, aponta que 1,2 mil pessoas, distribuídas em 250 moradias, vivem em áreas de risco nos bairros Caeminha, Centro, Vila Isaias, Santos Dumont, Eco Buriti, Terra Bela, Sagrima e Terceira Vicinal.

A situação se agravou nos últimos anos: até 2024, 180 famílias estavam em risco, mas em 2025, esse número aumentou significativamente, obrigando mais moradores a deixarem suas casas.

Imagens de satélite evidenciam a expansão das voçorocas. Um levantamento da plataforma SCCON, que monitora alterações ambientais e emite alertas, comparou registros entre 2019 e 2025, demonstrando de forma alarmante a progressão das crateras.

Justiça exige providências urgentes

Diante da gravidade da situação, a Justiça do Maranhão determinou, no início de fevereiro, que o município tome medidas imediatas para conter o avanço das voçorocas. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público.

Segundo o juiz responsável pelo caso, Buriticupu não resolveu o problema de forma eficaz, mesmo após reiteradas notificações do Ministério Público e compromissos assumidos em tentativas de conciliação. Diante da inércia do município, a Justiça estabeleceu uma série de obrigações:

Em até 30 dias:

  • Delimitar e sinalizar todas as áreas com risco de desabamento.
  • Atualizar o cadastro das famílias afetadas e garantir aluguel social para aquelas em risco iminente.

Em até 120 dias:

  • Apresentar um plano detalhado para a contenção das voçorocas, incluindo cronograma físico-financeiro.

Em até 180 dias:

  • Implementar medidas para minimizar os impactos ambientais.

Em até 4 anos:

  • Realizar a recuperação ambiental das áreas degradadas.

 

Prefeitura aguarda apoio federal

O prefeito João Carlos (PP), reeleito em 2024, afirmou que algumas obras de contenção foram realizadas no ano passado, reduzindo parcialmente os transtornos provocados pelas chuvas. No entanto, moradores relatam que os trabalhos não surtiram o efeito esperado.

João Carlos também destacou que a prefeitura aguarda o envio de recursos e apoio do governo federal, alegando que, sozinha, a gestão municipal não tem condições de resolver o problema. Enquanto isso, as voçorocas continuam avançando, colocando vidas em risco e desafiando o poder público a agir antes que seja tarde demais.

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