BRASÍLIA – Ao menos dois ministros maranhenses que compõem o primeiro escalão do governo federal devem deixar seus cargos até o dia 6 de abril de 2026. Este é o prazo limite estabelecido pela legislação eleitoral para a desincompatibilização de autoridades que pretendem disputar o pleito do próximo ano. Estão na lista os nomes de André Fufuca (PP), ministro do Esporte, e Sônia Guajajara (PSOL), ministra dos Povos Indígenas.
A movimentação faz parte de uma reforma ministerial mais ampla, que deve atingir cerca de 20 ministérios. A estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva visa não apenas cumprir a lei, mas também consolidar palanques competitivos nos estados e fortalecer a base de apoio ao governo no Congresso Nacional.
Foco estratégico no Senado Federal
André Fufuca, deputado federal licenciado e peça-chave na articulação com o "centrão", é cotado para disputar uma das duas vagas ao Senado pelo Maranhão em 2026. Ele faz parte de um grupo de oito ministros que devem tentar migrar para a Câmara Alta do Parlamento.
A eleição para o Senado é tratada como prioridade absoluta pelo Palácio do Planalto. Em 2026, a Casa passará por uma renovação de dois terços, com a disputa de 54 das 81 cadeiras.
Para o governo, garantir uma maioria sólida é essencial para o controle de pautas decisivas, como a aprovação de ministros do STF, diretores de agências reguladoras e a análise de processos de impeachment.
Retorno à Câmara e continuidade administrativa
Por outro lado, a ministra Sônia Guajajara deve deixar a pasta dos Povos Indígenas para buscar a reeleição na Câmara dos Deputados. Liderança de projeção internacional, Sônia deve utilizar a visibilidade alcançada no comando do ministério para fortalecer a bancada do PSOL no Legislativo Federal.
Para minimizar os impactos na gestão, o presidente Lula trabalha com a tendência de substituir os ministros que saírem pelos seus respectivos secretários-executivos. A medida visa garantir a continuidade das políticas públicas e evitar paralisia administrativa durante o ano eleitoral.
A saída gradual dos ministros ao longo do primeiro semestre permitirá ao governo realizar os ajustes políticos necessários para enfrentar o avanço da oposição e consolidar sua influência nas assembleias estaduais e no Congresso.
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