Preso neste domingo

Delegado preso por morte de Marielle assumiu cargo na véspera do crime

Delegado de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa foi preso como um dos envolvidos no assassinato de Marielle; ele chefiou a polícia em 2018 e depois deixou o posto por causa de graves denúncias.

Ipolítica

Atualizada em 24/03/2024 às 10h04
Rivaldo Barbosa durante coletiva de imprensa em 2018, ocasião em que foi pedido o seu afastamento do cargo
Rivaldo Barbosa durante coletiva de imprensa em 2018, ocasião em que foi pedido o seu afastamento do cargo (Fotos Públicas)

RIO DE JANEIRO - O delegado de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, preso na manhã deste domingo (24) por ser um dos mandantes da execução de Marielle Franco, assumiu o comando da polícia na véspera do crime. Ele tomou posse no cargo no dia 13 de março de 2018. Marielle foi covardemente assassinada um dia depois. 

Pelas investigações da Polícia Federal, Rivaldo garantiu a Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ), a intervenção da polícia para burlar as investigações. O objetivo era fazer com que agentes não conseguissem elucidar o crime. 

Domingos Brazão e o seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, também foram presos neste domingo pela Polícia Federal, apontados como mandantes da morte.

Ostracismo

A passagem de Rivaldo Barbosa pelo comando da Polícia Civil foi curta. Depois de ocupar o posto e enfrentar uma série de graves denúncias, ele foi deslocado para um cargo de menor expressão na corporação. 

Em agosto de 2019 ele assumiu a gestão do da Coordenadoria de Comunicações e Operações Policiais (Cecopol). Trata-se do rádio da polícia. 

Antes de chegar ao comando da polícia, ele já havia chefiado a Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, um dos postos de maior relevância na Segurança Pública daquele estado. 

Leia também: Expansão territorial de milícia pode ter motivado morte de Marielle

Denúncias

Em 2018, mesmo ano da morte de Marielle, Rivaldo chegou a ser denunciado pelo Ministério Público por supostamente ter burlado a Lei de Licitações. 

A denúncia foi rejeitada pelo Poder Judiciário e o MPRJ recorreu logo em seguida. 

Rivaldo também passou a ser investigado por lavagem de dinheiro em outro inquérito que apurava as empresas de inteligência que ele abriu com a esposa, no período em que era titular da Divisão de Homicídios. 

Foi justamente por causa desses inquéritos que o delegado passou ao ostracismo na Polícia Civil ao ser deslocado para o comando do rádio da corporação.

Naquele ano, depois de um pedido de afastamento, ele convocou uma entrevista coletiva e se defendeu das acusações.

Ele agora está preso por participação na morte de Marielle Franco. 

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