SÃO PAULO - Em pedido inusitado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, quer que o homem que o ofendeu no banheiro do aeroporto de Brasília, seja obrigado a gravar um vídeo com pedido de desculpas.
O pedido foi formulado na 6ª Vara Criminal de Brasília onde tramita o processo contra o réu Luiz Carlos Basseto pelo crime de injúria. Os advogados de Basseto, porém, afirmaram no processo que ele retira tudo o que disse e solicitou que a pena pelo crime de difamação seja extinta.
Já a defesa do ministro, representada pelo advogado Alberto Toron, pondera que o Judiciário só deve encerrar o processo de difamação caso o agressor se retrate de maneira "irrestrita".
Alberto Toron afirma que o argumento de Basseto nos autos da ação de que teria desferido as ofensas de forma inconsciente "contradiz com a suposta intenção de se retratar".
Por isso, pede que seja feita uma gravação com o pedido de desculpas.
"Assim, como o agressor gravou em vídeo as ofensas e as disseminou nas redes, ele deve fazer a retratação por meio de vídeo, explicando por que se retrata e no que errou concretamente — não basta mera retratação abstrata como a veiculada na resposta à acusação, data venia —, para que seja igualmente veiculado nos meios de divulgação em massa", pontuou.
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Vídeo
O acusado filmou a própria abordagem a Zanin, em janeiro do ano passado. No vídeo, ele afirmou: "Parece destino. O pior advogado que possa existir na vida aqui. Olha o bandido, o corrupto aqui", disse o homem, que aparece usando máscara.
Ele também chamou Zanin de "safado" e "vagabundo".
Depois disso, ele passou a ameaçar agredir fisicamente Zanin. "Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse. [...] Tinha que tomar um pau de todo mundo que está andando na rua".
Na ocasião, acuado, Zanin não respondeu às agressões e deixou o local.
Zanin era advogado criminal e amigo do presidente Lula (PT). Ele foi o primeiro indicado do mandatário para o STF em seu terceiro mandato à frente do Executivo.
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