Independência

Em primeiro discurso no Senado, Flávio Dino defende independência do STF

Flávio Dino utilizou a tribuna do Senado para defender a atuação do STF e a Constituição; ele assume vaga na Suprema Corte no dia 22 deste mês.

Agência Senado

Flávio Dino discursa em defesa do STF no Senado Federal
Flávio Dino discursa em defesa do STF no Senado Federal (Jefferson Rudy/Agência Senado)

BRASÍLIA - O senador Flávio Dino (PSB-MA) sugeriu, em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (7), que o Senado aprofunde o debate sobre as decisões aprovadas pelo Legislativo que afetam diretamente a Suprema Corte. Discorreu sobre o papel do STF, sua atuação na defesa da Constituição e da democracia, sem submissão aos outros Poderes e a divergências políticas conjunturais.

Argumentou que é fundamental compreender a natureza do controle da constitucionalidade das leis e rejeitar a ideia de que o modelo brasileiro seja antidemocrático. Citou o exemplo da Corte dos Estados Unidos, onde juízes permanecem nos cargos por mais de 30 anos e podem declarar a inconstitucionalidade de leis e interpretá-las amplamente sem abalar a sua função. O senador avaliou propostas para fixar mandato para juízes do STF.

"A conclusão que extraio é que não é a mera existência de mandato, num tribunal supremo, que define se ele é compatível ou não com a democracia, porque se houvesse esse automatismo, esse absolutismo no diagnóstico, significaria, por dedução lógica, dizer que o Tribunal Supremo dos Estados Unidos é um tribunal antidemocrático. [...]. Não é incompatível com a democracia que exista o controle de constitucionalidade das leis e, portanto, um controle jurisdicional sobre o conteúdo de atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo", argumentou.

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Flávio Dino reforçou a importância da independência do Judiciário e expressou respeito pela divergência de opiniões, alertando para o "perigo" da ideia de impeachment de ministros do STF com base em discordâncias políticas conjunturais.

“Não existe impeachment por gosto, não existe impeachment pelo conteúdo da decisão judicial. E como isso é perigoso! É perigoso porque leva o debate para o território do extremismo e do impasse”, advertiu.

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