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STF nega mais um pedido de liberdade de ex-diretor geral da PRF Silvinei Vasques

Silvinei Vasques está preso desde agosto do ano passado, acusado de ter provocado interferência no processo eleitoral.

Ipolítica, com informações do Globo

Silvinei Vasques foi diretor da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro
Silvinei Vasques foi diretor da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro (Divulgação)

SÃO PAULO - O ex-diretor da Polícia Federal, Silvinei Vasques teve mais um pedido de liberdade negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O mais recente recurso foi negado pelo ministro Gilmar Mendes. Vasques é acusado de ter provocado interferência no processo eleitoral ao autorizar a realização de blitzes em rodovias federais no segundo turno das eleições. 

A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) acredita que as blitzes poderiam dificultar o deslocamento de eleitores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O argumento é rechaçado pela defesa do servidor público e pela oposição. 

Ao analisar o pedido, Gilmar Mendes considerou que não cabe pedido de habeas corpus contra o ato de um integrante da Suprema Corte.

“Ao apreciar o habeas corpus, neguei seguimento, haja vista o óbice do Enunciado 606 da Súmula do Supremo Tribunal Federal: não cabe HC originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso”, escreveu o ministro.

Ao todo, Silvinei Vasques já tentou reaver a sua liberdade em quatro ocasiões. Todas foram negadas pelo Supremo. As outras três negativas foram feitas ao ministro Alexandre de Moraes, em agosto, setembro e dezembro do ano passado.

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Problemas de saúde

No novo recurso apresentado, a defesa alegou que Silvinei Vasques é celíaco — ou seja, tem intolerância à glúten — e que tem apresentado sintomas como diarreia, vômito, fortes dores de cabeça, por não ter a alimentação adequada fornecida na penitenciária.

O advogado Eduardo Pedro Nostrami Simão, que representa Silvinei Vasques, afirmou ao O Globo que a negativa pelo habeas corpus já era esperada. Segundo ele, a maior preocupação é o prazo de término das investigações contra Silvinei Vasques.

“A decisão já era esperada em razão da súmula 606 do STF. A preocupação maior é com o término do inquérito, porque é certo que não haverá denúncia por crime de violência política, em razão da “atipicidade manifesta”. A conduta atribuída não se enquadra no tipo penal nem mesmo em sonho”, ponderou o advogado.

Ao determinar a prisão do ex-diretor-geral da PRF, em agosto, o ministro alegara que duas pessoas que ocupavam cargos de chefia na corporação na época dos fatos, indicadas por Vasques, aparentemente faltaram com a verdade ao prestar depoimento, o que indicaria a presença de “temor reverencial”.

Segundo as investigações da PF, os servidores são suspeitos dos crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro. Eles ainda são implicados por crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, previstos no Código Eleitoral Brasileiro.

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