Legislativo

Sessão do Congresso para a análise de vetos de Lula deve ser adiada

Sessão está marcada para quinta-feira, para a análise de vetos do presidente Lula referentes ao marco temporal, mas não deve acontecer.

Ipolítica

Congresso Nacional deve retomar sessões somente na próxima semana
Congresso Nacional deve retomar sessões somente na próxima semana (Waldemir Barreto / Congresso Nacional)

BRASÍLIA - Deve ser novamente adiada a sessão conjunta do Congresso Nacional que vai apreciar vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) referentes ao marco temporal e ao novo modelo do Carf [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais].

Se confirmado o cancelamento da sessão, essa será a quinta vez nas últimas semanas. O governo manobra junto a lideranças no legislativo para evitar a derrubada de vetos. A oposição, por outro lado, pressiona para apreciar as matérias em plenário. 

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) ainda não se posicionou publicamente, mas nos bastidores a informação que circula é de que a tendência é que não ocorra a sessão nesta semana, previamente marcada para o dia 7 [quinta-feira]. 

A participação de dezenas de deputados e senadores na COP-28 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023) é um dos motivos para o adiamento. 

Houve um apelo para que a sessão somente ocorresse após a sequência de compromissos externos dos parlamentares.

A expectativa é de que a possível retomada das atividades ocorra na semana seguinte, com a reforma tributária prevista para ser novamente votada na Câmara dos Deputados, quando se espera o retorno do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), de sua viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

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Entenda

Marco temporal é uma tese jurídica segundo a qual os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição. 

A tese surgiu em 2009, em parecer da Advocacia-Geral da União sobre a demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima, quando esse critério foi usado. 

Em 2003, foi criada a Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ, mas uma parte dela, ocupada pelos indígenas Xokleng e disputada por agricultores, está sendo requerida pelo governo de Santa Catarina no Supremo Tribunal Federal (STF). 

O argumento é que essa área, de aproximadamente 80 mil m²,  não estava ocupada em 5 de outubro de 1988. 

Os Xokleng, por sua vez, argumentam que a terra estava desocupada na ocasião porque eles haviam sido expulsos de lá. 

A decisão sobre o caso de Santa Catarina firmará o entendimento do STF para a validade ou não do marco temporal em todo o País, afetando mais de 80 casos semelhantes e mais de 300 processos de demarcação de terras indígenas que estão pendentes.

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