Movimento negro

Deputadas governistas enviam carta a Lula pedindo ministra negra no STF

Deputadas sustentam que a nomeação de uma mulher negra é um passo essencial para a representatividade da população negra nas esferas de poder; Lula descarta argumento.

Ipolítica, com informações do g1

Lula já descartou argumento levantado por movimentos ideológicos
Lula já descartou argumento levantado por movimentos ideológicos (Marcelo Camargo / Agência Brasil)

BRASÍLIA - Vinte e cinco deputadas da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional, encaminhou uma carta ao presidente solicitando a indicação de uma  mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF).

As deputadas são filiadas ao PT,  PSOL, PSB e PCdoB. 

O STF tem uma vaga aberta para a composição da Corte, uma vez que a ministra Rosa Weber se aposentou do cargo. Na segunda-feira ela completa 75 anos, idade-limite para o serviço público.

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Flávio Dino

Lula dispõe da prerrogativa exclusiva de indicar o novo membro que irá substituir Weber. Até o momento, fala-se nos bastidores no nome do ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) para o posto. 

Dino já se articula no Senado para ter o seu nome aprovado em sabatina. 

Com a saída de Rosa Weber, o STF fica com só uma ministra: Carmem Lúcia. Em 132 anos, Corte teve três mulheres: a ministra aposentada Ellen Gracie (indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), Cármen Lúcia (indicada por Lula em 2006) e Rosa Weber (indicada por Dilma Rousseff em 2011).

Na carta enviada a Lula, as deputadas argumentam que a nomeação de uma mulher negra é um passo essencial para a representatividade da população negra nas esferas de poder e também para a modernização do Judiciário.

"A reivindicação por uma ministra negra é essencial para o avanço na necessária transformação do sistema de justiça brasileiro, não só pela importância de ver o povo negro sendo representado, mas por todas as possíveis mudanças estruturais na forma como a lei será interpretada, o direito aplicado e a justiça feita", afirmam as parlamentares.

Rechaçou

Apesar do apelo, alimentado por bandeiras e movimentos ideológicos, o presidente Lula descartou se curvar à narrativa.

No semana passada, o petista afirmou que gênero e raça não serão critérios observados por ele na  hora de fazer a indicação. 

"O critério não será mais esse [gênero]. Eu estou muito tranquilo, por isso que eu estou dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira", disse.

E continuou: "Não precisa perguntar essa questão de gênero ou de cor".

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