Flávio confirma encontro de Bolsonaro com hacker para discutir urnas
Delgatti disse ter se encontrado com Bolsonaro no Alvorada e recebido garantia de indulto em caso de condenação. Eliziane vê ‘fortes condições’ para indiciar ex-presidente.
BRASÍLIA- O Senador Flávio Bolsonaro PL-RJ) confirmou nesta quinta-feira (17) que o ex-presidente Jair Bolsonaro se encontrou com o hacker Walter Delgatti para discutir supostas vulnerabilidades nas urnas eletrônicas.
O hacker foi ouvido hoje pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Delgatti disse que existia uma trama envolvendo assessores e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro para fraudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
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Em sua manifestação, o senador Flávio Bolsonaro confirmou o encontro. "Só para esclarecer a relatora, primeiro que não tenho nada a esconder, porque a conversa do senhor Walter era para ele mostrar seus conhecimentos para que fosse oficialmente instruído o TSE sobre vulnerabilidade das urnas eletrônicas. Só para ficar bem claro. A manhã inteira ficou essa mentira na CPI. Repito, era apenas uma instrução ao TSE para garantir mais camadas de segurança das urnas", disse.
Depoimento
Entre as acusações feitas por Delgatti durante sua fala, está a de que Bolsonaro ofereceu a ele indulto presidencial em troca da invasão da urna eletrônica e de assumir a responsabilidade por um suposto grampo instalado para monitorar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Indulto significa o perdão da pena, efetivado mediante decreto presidencial.
Outra acusação de Delgatti é que Bolsonaro e o marqueteiro dele na campanha de 2022, Duda Lima, pediram para o hacker servir de garoto-propaganda em vídeo com informações falsas contra a urna eletrônica.
O hacker disse ainda que invadiu sistemas do Judiciário brasileiro a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que nega as acusações. Delgatti ainda afirmou que, a pedido de Bolsonaro, orientou os militares das Forças Armadas na elaboração do relatório sobre as urnas eletrônicas apresentado em 2022.
Por fim, Delgatti afirmou que aceita fazer uma acareação com o ex-presidente Jair Bolsonaro para comprovar informações fornecidas à CPMI.
Em resposta, relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), informou que há possibilidade dela pedir a acareação entre o hacker e Bolsonaro, ou qualquer outra pessoa citada em seu depoimento. Para aprovar as acareações, é necessário convocar requerimento em reunião deliberativa da comissão.
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