Na CPI do MST

Ministro diz que governo quer paz no campo e retomará reforma agrária

Programa terá três componentes: o primeiro será a disponibilidade de terra para novos assentamentos. Há oito anos o país não tem assentamentos, disse Paulo Teixeira na CPI do MST.

Agência Brasil

País tem 57 milhões de pessoas em acampamentos de beira de estrada.
País tem 57 milhões de pessoas em acampamentos de beira de estrada. (Lula Marques/Agência Brasil)

BRASÍLIA- Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST nesta quinta-feira (10), na Câmara dos Deputados, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, citou o que chamou de retomada da reforma agrária no país e disse que o governo quer “paz no campo”. 

“Devemos lançar o programa de reforma agrária com três componentes. O primeiro componente é a disponibilidade de terra para novos assentamentos. Há oito anos que não temos assentamentos no Brasil.” 

Durante a fala, Paulo Teixeira fez críticas à atuação do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2015, quando suspendeu a execução de 500 mil processos de assentamento do programa reforma agrária apontando irregularidades. 

“O programa de reforma agrária começou, a meu ver, por uma equivocada atuação de uma parcela do Tribunal de Contas da União, que fez um trabalho que é digno de ser reprovado por esta Casa”, disse Teixeira. “O Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] já reviu 300 processos. [Há] 1% de irregularidades. Mas isso paralisou o programa de reforma agrária e congelou a vida dos assentados”, completou. 

De acordo com o ministro, o país conta, atualmente, com um total de 57 mil famílias em acampamentos de “beira de estrada”. “Vivendo nas piores condições de vida que se possa viver. E é por isso que queremos retomar [o programa de reforma agrária], para pacificar o Brasil”. 

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