BRASÍLIA - A classe política repercutiu a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta sexta-feira (30), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e o tornou inelegível por um período de 8 anos.
Bolsonaro foi acusado pelo PDT de ter cometido abuso ao criticar o sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores de outros países no Alvorada em 2022. A reunião foi transmitida ao vivo pelo canais oficiais do governo.
Ao tratar do tema, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que a “democracia venceu”.
“Do julgamento do TSE emanam importantes mensagens: 1. Mentir não é ferramenta legítima para o exercício de uma função pública; 2. Política não é regida pela "lei da selva", em que o mais forte tudo pode. A democracia venceu o mais duro teste de estresse das últimas décadas”, escreveu o socialista.
Já o presidente do PL, partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, criticou a decisão do TSE.
“Não tem como acreditar no que está acontecendo: a primeira vez na história da humanidade que um ex-presidente perde os direitos políticos por falar. Vamos trabalhar dobrado e mostrar nossa lealdade ao Presidente Bolsonaro. Podem acreditar que a injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação”, disse.
E completou: “O resultado disso será mostrado nas eleições de 2024 e de 2026. Mais do que nunca o Brasil precisa de força. É hora de superação. Bolsonaro é o maior líder popular desde redemocratização e vai continuar sendo”.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que Bolsonaro cometeu crimes.
“Bolsonaro fez um passeio completo pelo crime - comum, eleitoral e de responsabilidade - e produziu provas contra si. A maioria do TSE pela inelegibilidade mostra que não é pauta da política, mas da polícia. Só A CPI o indiciou por 9 delitos, inclusive genocídio”, pontuou.
Ciro Gomes também se manifestou sobre o tema: “O que espero é que, de hoje em diante, tenhamos os brasileiros direito de cobrar de nosso governo mudanças profundas na vida política e econômica do Brasil, sem o oportunismo de a tudo termos que engolir porque senão? "Bolsonaro voltaria'”, enfatizou.
O senador Rogério Marinho se solidarizou ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O TSE formou maioria pela inelegibilidade do presidente Bolsonaro pelos próximos 8 anos. Quero expressar a minha solidariedade para com aquele que transformou o Brasil e despertou o amor pela pátria em todo o país. Como líder da oposição no Senado, tenho a responsabilidade de defender o legado econômico que nos tirou da maior recessão de nossa história, os valores da família, a vida desde a concepção, o combate à descriminalização das drogas e a defesa das liberdades. Vamos continuar unidos em torno dessas ideias, que são um legado para as futuras gerações”, escreveu.
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