BRASÍLIA - O ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, apontado como suspeito de bloquear rodovias para fins eleitorais na disputa presidencial de 2022, já está no Congresso Nacional, para depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
Ele chegou com uma hora de antecedência e disse estar pronto para depor por até 15 horas, se for necessário.
Vasques será o primeiro a ser ouvido pela CPMI. Deputados e senadores governistas pretendem usar o depoimento para investigar eventuais ligações do caso com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
O objetivo dos parlamentares governistas é desgastar a imagem do ex-presidente. Membros da oposição, por outro lado, tentam atrelar os atos a aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Estou muito preparado, com a verdade. Vou responder a todas perguntas. Estamos prontos para falar de 10 a 15 horas de informação”, afirmou.
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Investigação
A PRF é subordinada ao Ministério da Justiça, que em 2022 era comandado pelo ministro Anderson Torres. Além disso, Silvinei chegou a fazer campanha para Bolsonaro nas redes sociais.
Por isso a investigação sobre a possível ligação das ações da corporação ao ex-ministro.
A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar se o ex-chefe da PRF teria, no dia do segundo turno da eleição presidencial, determinado bloqueios em rodovias para prejudicar a locomoção de eleitores de Lula. Parlamentares governistas querem saber o grau de participação de Bolsonaro e Torres no episódio.
Em depoimento prestado à PF em maio, Torres disse que não houve nenhuma orientação por parte da pasta que ele comandava sobre bloqueio em rodovias nas eleições. Por outro lado, o delegado Leandro Almada, superintendente da PF na Bahia no período eleitoral, afirmou em depoimento que recebeu um pedido do então ministro da Justiça para reforçar o policiamento nas ruas em 30 de outubro.
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