HIROSHIMA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem resistido à ideia de atender a um pedido do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, por um encontro reservado entre os dois durante a cúpula do G-7, em Hiroshima, no Japão
A informação é do Estadão.
Lula e Zelensky participam como convidados do encontro de países ricos que ocorre desde a sexta-feira (19).
“Após a solicitação de ZelenskI, Lula encaixou na extensa agenda uma reunião bilateral com o premiê de Ilhas Comores, Azali Assoumani, que está à rente da União Africana, mas não respondeu ao presidente da Ucrânia. Avesso à ideia de tomar lado na guerra, o petista quer manter a posição atual do Brasil, chamada pelo governo de neutralidade, e se aliou à Indonésia para frear as investidas dos países ocidentais, que insistem em críticas à Rússia também pelos países em desenvolvimento presentes ao encontro”, diz a publicação.
O contato da equipe de Zelenski com a diplomacia brasileira foi feito ainda na sexta-feira, logo após o ucraniano confirmar sua participação no G-7. Ele estará em Hiroshima apenas no domingo (21).
Segundo a reportagem, até agora o Ministério de Relações Exteriores não deu resposta. O presidente diz não ter tomado sua decisão sobre o assunto.
No G-7, Lula busca convencer os países-convidados a evitar um tom crítico à Rússia num comunicado que será publicado em conjunto com os membros do bloco. A posição brasileira tem recebido apoio do presidente da Indonésia, Joko Widodo, com quem o petista também já se reuniu neste sábado (20).
“Lula e Widodo também concordaram em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente indonésio disse ter a mesma posição do Brasil ao afirmar que o mundo precisa de paz e que esteve no passado tanto com o presidente russo, Vladimir Putin, quanto com o ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir o problema da segurança alimentar global com os dois países, grandes exportadores de grãos”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores sobre o encontro bilateral.
A expectativa é que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, igualmente endosse a posição brasileira. Lula e Modi se encontram amanhã.
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