BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) vai ouvir nesta sexta-feira (19) Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
O objetivo da PF é tentar esclarecer em que circunstâncias se deu a inserção de dados falsos sobre vacinação de Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. Mauro Cid está preso suspeito de ter fraudado o cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, esposa e filhas.
A acusação que pesa contra ele é de crime de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa e corrupção de menores.
Para o interrogatório de hoje, a PF vai tentar informações de Gabriela sobre inserção de informações fraudadas acerca de sua imunização, de seu marido, das três filhas do casal, além de Bolsonaro e de sua filha mais nova.
As investigações apontaram que Mauro Cid teria emitido os respectivos certificados e os utilizado para, por exemplo, embarcar com a família para destinos internacionais, como os Estados Unidos.
Nas investigações, a polícia analisa mensagens de WhatsApp do telefone de Mauro Cid, depois de a Justiça ter autorizado a quebra do sigilo telefônico.
Atividades cotidianas
As conversas demonstraram que as filhas de Cid realizavam “atividades cotidianas” em Brasília nas datas em que seus cartões vacinação registraram as doses contra a doença em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
“Inicialmente causou estranheza o fato de as filhas de Mauro Cid, terem sido vacinadas na cidade de Duque de Caxias/RJ, pois Mauro Cid e sua família residem desde o ano de 2020 até a presente data na cidade de Brasília/DF. Os dados inseridos nos sistemas do Ministério da Saúde, informam que Mauro Cid e suas filhas tomaram três doses de vacina contra a Covid-19, nas datas de 22/06/2021 (terça-feira), 08/09/2021 (quarta-feira) e 19/11/2021 (sexta-feira), no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias/RJ, sendo as duas primeiras doses da fabricante PFIZER e a terceira da fabricante JANSSEN”, informa um relatório.
A esposa de Mauro Cid também pode ser questionada sobre a inserção de dados falsos nos cartões de vacinação de Bolsonaro e da filha. O inquérito aponta que um perfil associado aos dados do ex-presidente foi conectado ao aplicativo ConecteSUS por pelo menos quatro vezes desde dezembro do ano passado - a última delas às 8h15 de 14 de março. Segundo os investigadores, até 22 daquele mês, a conta era administrada pelo ex-ajudante de ordens.
A partir dessa data, o cadastro da conta de Bolsonaro foi alterado para um e-mail de Marcelo Costa Câmara, então assessor especial e quem o acompanhou em sua estadia na cidade de Orlando, nos Estados Unidos. “A alteração cadastral foi realizada a partir do mesmo endereço de IP utilizado para emitir o certificado de vacinação ideologicamente falso, com registro no Palácio do Planalto”, frisou a PF.
Em depoimento, na última terça-feira, o ex-presidente negou ter conhecimento da inserção de dados falsos de vacinação em seu nome e no de familiares. Ele também afirmou não ter determinado a inclusão das informações nos sistemas de saúde por não ter motivos para isso e disse não acreditar que Mauro Cid tenha arquitetado o esquema criminoso.
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