BRASÍLIA - O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), será ouvido nesta quinta-feira (18) pela Polícia Federal no inquérito que apura um suposto esquema de fraude nos cartões de vacina contra a Covid-19.
A suposta fraude teria beneficiado Bolsonaro e a filha, além de Cid e familiares.
Cid está preso desde o dia 3 deste mês, após a Justiça ter autorizado operação da PF, que resultou em busca e apreensão de celulares na casa de Bolsonaro, em Brasília.
A polícia investiga se foi inserida de forma irregular no sistema do Ministério da Saúde a informação de que Bolsonaro e a filha haviam tomado doses da vacina. O ex-presidente, Cid e outras pessoas próximas são investigados pela suposta inclusão dos dados.
Bolsonaro afirma que jamais tomou a vacina.
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Comprovantes
De acordo com a PF, comprovantes de que os investigados tomaram a vacina foram baixados a partir do aplicativo ConecteSus, do ministério, com base nas informações falsas. Em seguida, o registro das vacinas foi apagado do ConecteSus.
Tudo isso aconteceu no fim de dezembro, poucos dias antes de Bolsonaro, a filha e pessoas próximas terem viajado para os Estados Unidos. A PF acredita que as informações falsas tenham sido inseridas para beneficiar Bolsonaro e a família e facilitar a entrada nos Estados Unidos.
Na última terça-feira (16), Bolsonaro negou em depoimento ter conhecimento de qualquer participação de Cid no esquema. Também negou ter orientado ou ordenado a fraude nos registros de vacinação.
O ex-presidente atribuiu a gestão de sua conta do aplicativo ConecteSUS ao ex-ajudante.
Além de Bolsonaro e da filha, a investigação da PF apontou que foram emitidos certificados de vacinação fraudulentos para Mauro Cid, a esposa de Cid — que deve prestar depoimento na sexta (18) — e três filhas do ex-ajudante de ordens.
A PF já concluiu a perícia de um celular apreendido com Mauro Cid e o material deve servir para novos questionamentos nesta quinta.
Entre os materiais que já foram obtidos pela perícia estão as mensagens nas quais Cid passa a assessoras da então primeira-dama Michelle Bolsonaro orientações de pagamento de despesas de Michelle em dinheiro vivo.
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