'campanha abusiva'

Moraes abre inquérito para investigar diretores do Google e Telegram

O pedido foi feito pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Ipolítica

Atualizada em 12/05/2023 às 17h19
Moraes abre inquérito para contra Google e Telegram.
Moraes abre inquérito para contra Google e Telegram. (Tânia Rêgo / Agência Brasil)

BRASÍLIA- O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou abertura de inquérito para investigar diretores e responsáveis do Google e Telegram que tenham participado do que ele classificou como “campanha abusiva” contra o projeto de Lei das Fake News.

O pedido de instalação de inquérito foi da Procuradoria Geral da República (PGR). "O cenário fático narrado aponta para a existência de elementos de informações mínimos da prática de conduta delituosa que fundamentam a possibilidade de instauração de procedimento de investigação sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal", afirmou a Procuradoria Geral da República, ao pedir abertura do inquérito ao STF.

Na quarta-feira (11), Moraes já havia determinado ao Telegram a exclusão de uma mensagem enviada aos usuários contra o projeto. Na mesma decisão, Moraes determinou também a publicação de um texto que faz com que a empresa sustente que a manifestação anterior se tratou de uma “flagrante e ilícita desinformação”.

No início do mês, o Google retirou do ar uma mensagem que criticava a PL das fake news depois de decisão da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) de acionar a empresa na Justiça

Oposição

Nesta quinta-feira (12), deputados de oposição criticaram o que classificaram de campanha do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer avançar o Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/20). Para eles, o tribunal atua com “abusos” e “injustiças”, o que pode prejudicar a liberdade de expressão.

Para o deputado Marcel van Hatten (Novo-RS), a decisão “não tem fundamentação jurídica” e reforça o caráter “autoritário” do tribunal. Ele defendeu a criação de uma CPI para apurar abuso de autoridade do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na opinião do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que solicitou o debate, a atuação do tribunal interfere no debate democrático e é um evidente abuso de poder. “Nós não temos defesa alguma, muito pelo contrário. Nós somos alvos constantes na mira dos que querem destruir a democracia”, disse.

Na mesma linha, falou a deputada Caroline de Toni (PL-SC). "Da mesma forma como o povo está sendo preso e tolhido por falar o que pensa, por ser contra esses abusos de poder, nós também não temos mais a garantia de que a gente não vai ser preso por uma. 

Críticas ao projeto

Outros parlamentares reiteraram as críticas à criação de uma entidade autônoma para fiscalizar as plataformas, prevista no texto original do projeto. Conforme eles, isso representaria ingerência do governo nos princípios de liberdade de expressão.

Essa foi a opinião do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS): "Na prática, o governo vai poder suspender qualquer serviço de internet, sem ordem judicial. As plataformas, por medo de sanções e multas, vão passar a remover qualquer opinião controversa ou polêmica que não esteja alinhada à ideologia vigente. Como efeito colateral, as empresas de tecnologia que não compactuarem com as regras vão se retirar do Brasil", disse.

Já os deputados Filipe Barros (PL-PR) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) falaram da importância de garantir a liberdade de expressão nas redes sociais, principalmente para impulsionar pautas da oposição. Segundo eles, esse foi o caso da retirada de pauta do PL das Fake News, que só foi possível pelo ativismo na internet.

"Ele só foi momentaneamente derrotado graças à pressão popular. Todos esses abusos só irão acabar com o povo nas ruas outra vez para combater a censura", frisou Barros.

“Se a nossa opinião não fosse importante, eles não pensariam em nos censurar”, observou Eduardo Bolsonaro.
 

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