PL das Fake News

MPF dá 10 dias para Telegram explicar mensagem

Pedido foi enviado pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Yuri Corrêa Luz.

Ipolítica

Procuradoria questiona se existe embasamento na política da empresa para disparo em massa a seus usuários
Procuradoria questiona se existe embasamento na política da empresa para disparo em massa a seus usuários (Reprodução/Telegram)

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quarta-feira, 10, via redes sociais, que enviou ofício ao Telegram no Brasil cobrando explicações pelo disparo de mensagens aos usuários da plataforma contra o Projeto de Lei nº 2630/2020 (o PL das Fake News).

A empresa tem 10 dias para apresentar as respostas.

Segundo o documento, o aplicativo terá que identificar os nomes e os endereços eletrônicos dos responsáveis pela elaboração da mensagem e pela decisão por seu impulsionamento; e qual trecho dos termos de uso da plataforma permite o disparo em massa de conteúdos não relacionados a atualizações técnicas.

O órgão ministerial questiona se existe embasamento na política da empresa para disparo em massa a seus usuários, bem como se há canal disponível para questionamento daqueles que discordam do posicionamento dos controladores da plataforma.

Em mensagem disparada, aparentemente, a toda a base de usuários do país, o Telegram Brasil divulgou texto contrário à aprovação do PL 2.630/2020, alegando que o projeto de lei representa ataque à democracia. Segundo a plataforma, o PL concede poderes de censura ao governo e cria um sistema de vigilância permanente que “matará a Internet moderna”. Após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o comunicado foi retirado do ar, e substituído por outro.

A multa por descumprimento era de R$ 500 mil por hora, além da possibilidade de suspensão do serviço.

Inquérito – Os pedidos foram formulados no âmbito de um inquérito civil do MPF sobre a postura das principais redes sociais e aplicativos de mensagem no Brasil no enfrentamento das fake news e à violência digital. Em inquérito civil aberto desde 2021, o órgão acompanha como as plataformas digitais do país estão atuando contra práticas organizadas de desinformação que colocam em risco a saúde da população e o funcionamento das instituições democráticas.

Vale destacar que o MPF reconhece que a discussão sobre o mérito do PL 2.630 cabe exclusivamente à sociedade e aos Poderes eleitos, e que as plataformas têm legitimidade para defender, na esfera pública, suas posições. Contudo, para o órgão, a defesa de posição das plataformas devem respeitar os direitos fundamentais de seus usuários, em especial o à transparência, à informação e à cidadania na Internet.

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