Taxação pode dobrar valor de compras de Shein, Shopee e outros sites
Três principais empresas de comércio eletrônico da Ásia que operam no Brasil [AliExpress, Shein e Shopee], informaram que o imposto cobrado nas compras feitas no exterior não é responsabilidade das plataformas e sim do consumidor.
BRASÍLIA - Os impostos sobre produtos importados comprados em plataformas de comércio eletrônico podem superar 100% do valor do item. O imposto aduaneiro é de 60%, mas a cobrança não incide somente sobre o valor do produto.
Também entram na fatia da conta o frete e o seguro envolvidos na transação. E, em alguns estados, incide ainda o ICMS.
A posição irredutível do Governo Federal no que diz respeito à taxação de compras feitas em sites como Shein, Shopee e AliExpress tem provocado forte crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida deve afetar com maior impacto consumidores das camadas mais pobres do país, por isso a resistência de setores do governo.
De acordo com analistas, os encargos sobre encomendas importadas poderão ficar, em via de regra, até mais caros que o valor da mercadoria. Em Minas Gerais, por exemplo, como há cobrança de ICMS, a tributação total [quando incluídas todas as taxas] pode chegar a 113% do valor do produto.
Sites dizem que impostos devem ser pagos por clientes
Nesta semana, as três principais empresas de comércio eletrônico da Ásia que operam no Brasil [AliExpress, Shein e Shopee], informaram que o imposto cobrado nas compras feitas no exterior não é responsabilidade das plataformas de comércio.
O recado de que a conta do imposto de importação é do cliente está publicado nos termos e condições de uso dessas plataformas ou nas áreas de atendimento ao cliente das empresas.
“Com relação a produtos comprados de fora do Brasil, você poderá estar sujeito à incidência de impostos sobre importação. Todas as taxas de liberação alfandegária são de sua responsabilidade e não temos controle sobre essas taxas”, cita o texto dos termos e condições da Shein no item 2.7.
O contrato cita também que, ao usar o site, o cliente concorda que “como importador, é sua responsabilidade cumprir todos os regulamentos e leis do seu próprio país”.
A Shopee cita “responsabilidade exclusiva” do cliente. Na área de atendimento ao cliente, a plataforma diz que “há possibilidade de cobranças adicionais de tributos de importação no controle aduaneiro”.
“Esse tributo é de sua responsabilidade exclusiva e não é reembolsado pela Shopee”, cita o site.
Já o AliExpress informou que a responsabilidade não é da empresa, e cita que o pagamento dos impostos de importação é “obrigação” do consumidor.
“O comprador é obrigado a fazer o desembaraço aduaneiro. Entre em contato com a alfândega local”, cita a empresa, ao responder dúvida sobre como receber uma compra parada pela aduana.
O Governo Federal não comentou o posicionamento das gigantes asiáticas.
Saiba Mais
- Haddad descarta taxar comércio online para compensar desoneração
- Delegado da Seic dá dicas para evitar golpes na hora das compras online no período natalino
- Governo Lula prevê fim da isenção para compras online de até U$ 50
- Compras on-line de até US$ 50: novas regras entram em vigor
- Estados decidem fixar ICMS de 17% para compras de varejistas internacionais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.