BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes classificou de “operação Tabajara” a suposta tentativa de golpe narrada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) e que envolve o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Na versão apresentada ontem à PF, Do Val disse que teria se encontrado duas vezes com Alexandre de Moraes para tratar do suposto plano golpista, uma antes do encontro com Bolsonaro, outra depois. O senador declarou que não teria recebido nenhum pedido para formalizar a denúncia.
Moraes, por sua vez, admitiu que esteve com Do Val em dezembro de 2022, mas só citou um encontro, após a suposta reunião dele com Bolsonaro. O ministro disse que cobrou do senador na ocasião que prestasse depoimento sobre o caso, mas ele teria se negado a colocar suas acusações 'no papel'.
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Recusou
"Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador disse que era isso uma questão de inteligência e que, infelizmente, não poderia confirmar. Eu levantei, (me) despedi do senador, agradeci a presença. Até porque o que não é oficial, para mim, não existe", justificou o ministro.
Alexandre de Moraes ridicularizou a suposta tentativa de golpe. "Foi exatamente esta a tentativa de uma operação Tabajara que mostra o quão ridículo nós chegamos à tentativa de um golpe no Brasil".
"A ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, eu conversei exatamente três vezes na vida com esse senador, para que o senador pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos", acrescentou Moraes.
O ministro lembrou que a Polícia Federal já tomou depoimento de Marcos Do Val e que as investigações seguem para apurar a responsabilidade de 'todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe'. "O que poderia ser uma comédia, é uma tragédia, uma tragédia que resultou na tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro", enfatizou.
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