Senado

Mourão confirma oposição a Lula e defende aprovação de reformas

Mourão disse que espera que o Governo abra os olhos para as grandes reformas do país.

Agência Senado

Hamilton Mourão assumirá mandato de senador em fevereiro deste ano
Hamilton Mourão assumirá mandato de senador em fevereiro deste ano (Divulgação)

BRASÍLIA - O senador eleito Hamilton Mourão afirmou que de seus principais desafios no Senado será a construção de consensos para a aprovação de reformas e leis importantes para o país. Ele, que representará o Rio Grande do Sul, também reiterou que fará oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas que não faz "oposição ao Brasil".

Mourão é general da reserva do Exército e ex-vice presidente da República. 

“Minha visão é muito clara. Tenho ideias totalmente opostas ao governo eleito. Pautas que eu considero esquerdizantes, pautas que vão no caminho do déficit público, não respeitando o equilíbrio fiscal, essas pautas não terão o meu apoio; terão a minha oposição constante. Agora, eu não faço oposição ao Brasil. Se esse governo abrir os olhos e entender que se não abraçar as causas das grandes reformas o país não tem jeito, e se fizer avançar essas reformas, contará com o meu apoio porque isso é bom para o Brasil, independentemente de quem for o governante de turno”, declarou ele.

Com quase dois milhões e seiscentos mil votos, Antônio Hamilton Martins Mourão foi eleito pelo Republicanos para um mandato de oito anos, a contar da legislatura que se inicia em 1º de fevereiro de 2023. Será seu segundo cargo eletivo (após a vice-presidência no mandato de Jair Bolsonaro). 

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Rio Grande do Sul

Mourão, que foi comandante militar do Sul entre abril de 2014 e janeiro de 2016, nasceu em Porto Alegre, tem 71 anos e ingressou no Exército em fevereiro de 1972, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ).

A chapa eleita com Hamilton Mourão para o Senado é formada por Liziane Bayer (Republicanos), como 1ª suplente, e Coronel Andreuzza (Republicanos), como 2º suplente.

“Por ter sido general do Exército brasileiro, ter passado 46 anos no Exército, com toda a vivência que eu adquiri, e ter sido vice-presidente da República, para mim, o caminho natural seria representar o meu estado, o Rio Grande do Sul, no Senado Federal”, explicou Mourão.

Geopolítica

Mourão obteve 44,11% dos votos válidos do Rio Grande do Sul nas eleições de outubro e já manifestou interesse em presidir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Ele aponta um cenário internacional atual “extremamente difuso, conturbado, com disputa geopolítica forte entre uma potência em ascensão, que é a China, e os Estados Unidos, além de uma situação difícil na Europa ocidental em razão da questão energética, fruto da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e ainda os problemas vividos pelo Reino Unido e pela América do Sul”.

“O Brasil tem de trabalhar com pragmatismo e flexibilidade para poder aproveitar as melhores posições neste cenário que estamos vivendo. Temos negócios fortíssimos com a China e o Oriente, e por isso temos de ter essa postura, além, obviamente, de não descuidarmos de nosso entorno. O Brasil é o gigante da América do Sul. Fazemos fronteiras com dez países, apenas Chile e Equador não têm fronteira direta conosco. Poucos países têm fronteiras tão grandes como o Brasil tem. E temos a costa oposta da África ocidental; parte do povo que formou a nacionalidade brasileira veio de lá e temos que manter esses laços”, declarou Mourão em entrevista ao programa Senado Notícias Especial.

Narcotráfico

Mourão, que cumpriu missão de paz em Angola e foi adido militar na Venezuela, avalia ainda que o Brasil deve assumir um papel ativo no combate ao narcotráfico latino-americano.

“No cenário que nós vivemos hoje, é muito difícil haver conflito de nação contra nação. Esse conflito da Rússia com a Ucrânia é um caso inédito nos últimos 70 anos. Nesse período tivemos conflitos indiretos. E, no nosso entorno próximo, temos a questão muito séria do narcotráfico, associado ao contrabando e tráfico de armas. O narcotráfico hoje é um flagelo mundial, afeta a juventude do mundo inteiro e é um grande negócio também. Os grandes consumidores são os Estados Unidos e a Europa. Na nossa vizinhança existem países produtores. Nós somos área de trânsito, ou seja, é algo que tem de ser combatido com força pelo Estado brasileiro”, argumentou ele.

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