BRASÍLIA - Na madrugada da última segunda-feira (2), o ministro do STF, Luís Roberto Barroso foi hostilizado em aeroporto de Miami, nos Estados Unidos. O magistrado estava no guichê do saguão, e brasileiros no local fizeram uma série de xingamentos contra ele e ainda puxaram o coro de “sai do voo”.
Segundo informações inicialmente divulgadas pelo jornal O Globo a confusão chegou a atrasar o voo em alguns minutos, inicialmente o ministro foi insultado por uma mulher que gritou “tiraram Lula da cadeia para colocá-lo na presidência”. Em seguida, bolsonaristas aplaudiram e começaram a gritar e vaiar o ministro chamando de ladrão.
Em vídeos publicados nas redes sociais, mostram que na hora do ocorrido, Barroso saiu do guichê e foi escoltado por seguranças até o terminal no Aeroporto Internacional de Miami. Não há confirmação se o ministro embarcou na aeronave que tinha como destino Brasília (DF).
"É uma mistura de ódio, ignorância, espírito antidemocrático e falta de educação. O Brasil adoeceu. Espero que consigamos curá-lo e que uma luz espiritual ilumine essas pessoas", afirmou o ministro do STF, ao comentar sobre o caso.
Outros Casos
Durante o mês de novembro, o magistrado foi vítima de novos ataques, diferentemente do ocorrido neste último, Barroso respondeu ao um homem que o criticava sobre as urnas eletrônicas: "Perdeu, mané. Não amola" disse o ministro.
Durante essa mesma viagem, outros ministros que estavam nos Estados Unidos também sofreram ataques, todo esse incidente aconteceu durante a Lide Brazil Conference, evento organizado pelo grupo empresarial do ex-governador João Doria.
Na época foram atacados os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, com xingamentos como bandidos. Outro que foi xingado ao sair do local foi o ministro Ricardo Lewandowski.
O Supremo Tribunal Federal chegou a emitir nota repudiando a série de ataques e disse que “atos de intolerância e violência, inclusive moral contra qualquer cidadão são incompatíveis com a democracia e a pluralidade de ideias'', em comunicado assinado pela ministra e presidente da corte Rosa Weber.
“O Supremo Tribunal Federal repudia os ataques sofridos por ministros da Corte, em Nova Iorque. A democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, mostra-se absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão”, dizia a nota.
Flávio Dino se posiciona
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino vai enviar um ofício ao Supremo Tribunal Federal para informar que a polícia federal está à disposição dos magistrados da corte.
“Vou enviar ofício à Presidente do STF frisando que a Polícia Federal está à disposição para investigar os episódios de agressão e ameaças a ministros daquele Tribunal e de outros. São extremistas antidemocráticos, que perseguem magistrados nas ruas, aeroportos, restaurantes etc”, pontuou.
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