Licitção polêmica

Bolsonaro diz que Viagra é para combater hipertensão

Presidente da República explicou, em reunião com ministros e pastores evangélico, a licitação para a aquisição pelas Forças Armadas de mais de 35 mil unidades do medicamento usado para disfunção erétil.

Imirante com informações do G1

Presidente Bolsonaro tenta explicar aquisição de mais de 35 mil unidades de medicamento conhecido como Viagra
Presidente Bolsonaro tenta explicar aquisição de mais de 35 mil unidades de medicamento conhecido como Viagra (Wilson Dias / Agência Brasil)

BRASIL - O presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta quarta-feira, 13, a polêmica em razão da compra aprovada pelas Forças Armadas de mais de 35 mil unidades de sildenafila, medicamento conhecido pelo nome comercial de Viagra. 

O processo licitatório prevê a aquisição de comprimidos de 25 mg e de 50 mg de Viagra. O Ministério da Defesa informou que o medicamento, usado em casos de disfunção erétil, será empregado no tratamento de militares com hipertensão pulmonar arterial (HPA), o que é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A polêmica envolvendo o processo licitatório pode resultar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados. Quem recolhe as assinaturas para pedir a investigação na Casa é o deputado maranhense Bira do Pindaré (PSB).

O parlamentar vem reunindo as assinaturas desde terça-feira, 12. Segundo disse, ele tem esperança de conseguir o número de assinaturas exigido para abrir a CPI do Viagra mesmo em ano eleitoral. Até agora o documento já contabiliza 50 assinaturas de deputados. São necessárias 171.

Explicações

Durante um café da manhã com ministros, parlamentares e pastores evangélicos, na residência oficial do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas estão “apanhando” por causa da compra e criticou a imprensa por noticiar o caso. A fala do presidente foi transmitida por um deputado em uma rede social.

“As Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas. Foram trinta e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos. Com todo o respeito, isso é nada... A quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”, disse o presidente.

Depoimento de Jair Renan

Bolsonaro também comentou o caso do filho Jair Renan, que na semana passada prestou três horas de depoimento à Polícia Federal, em Brasília. Ele é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e de tráfico de influência no governo federal.

"O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não vou dizer se está certo ou se está errado, mas peço a deus que o proteja. Mas isso é o tempo todo, é 24 horas por dia", disse o presidente.

O inquérito foi aberto em março do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal, com base em uma denúncia apresentada por parlamentares de oposição ao governo.

A PF investiga se Jair Renan atuou, em novembro de 2020, para que a empresa Gramazini, do ramo de mineração e construção, conseguisse duas reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para falar sobre um projeto de construção de casas populares.

À época da abertura das investigações, a a empresa do filho de Bolsonaro (Bolsonaro Jr Eventos e Mídia) postou uma foto de duas peças de mármore, que decoram o escritório, e marcou a Gramazini.


 

Mais

Licitação

O processo licitatório para a compra dos 35 mil comprimidos pelas Forças Armadas está no Portal da Transparência do Governo Federal e ganhou repercussão na segunda-feira, 11, depois que o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) pediu explicações ao Ministério da Defesa sobre a aquisição.

Do total de 35 mil comprimidos, o processo licitatório solicita a aquisição de sildenafila de 25 mg e 50 mg, distribuídos da seguinte forma:

28.320 unidades destinadas à Marinha;

5 mil unidades destinadas ao Exército;

2 mil unidades destinadas à Aeronáutica.

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