Saúde

Infecção de mosquitos com bactéria pode reduzir transmissão do zika, diz Fiocruz

Bactéria usada para reduzir propagação da dengue também tem eficácia contra zika.

Vitor Abdala / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h33
(Foto: Reprodução)

RIO DE JANEIRO - Uma pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou que a bactéria Wolbachia reduz a transmissão do vírus zika através do mosquito Aedes aegypti. O artigo, publicado nesta quarta-feira (4) na revista Cell Host & Microbe, é o primeiro estudo científico do mundo que comprova que a bactéria usada para tentar reduzir a propagação da dengue também tem eficácia contra o zika.

Desde 2014, a Fiocruz testa os chamados "mosquitos do bem" como um meio natural de controle da dengue. O pesquisador Luciano Moreira, líder do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, diz que a nova experiência de laboratório mostrou que os mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia não tem capacidade para transmitir o zika.

Experiência

“Mostramos isso fazendo o seguinte experimento: tínhamos mosquitos que estavam infectados [com zika], divididos em dois grupos: com Wolbachia e sem Wolbachia. Depois de duas semanas, coletamos a saliva dos mosquitos dos dois grupos e a injetamos em mosquitos sadios, que nunca haviam visto o vírus [zika]. Quando a saliva tem origem nos mosquitos com Wolbachia, a gente não consegue fazer infecção nos mosquitos [sadios], mostrando que a Wolbachia bloqueou a transmissão do vírus”, disse.

O uso de mosquitos com a bactéria Wolbachia, criados em laboratório para o controle de doenças, é testado em duas localidades do Rio de Janeiro: na Ilha do Governador, na zona norte da capital, e em Jurujuba, em Niterói. O projeto aguarda mais financiamento para se expandir.

Os pesquisadores defendem que essa é uma alternativa natural, segura e autossustentável para o combate da dengue, zika e chikungunya.

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