Operação Astrolábio

Lançamento de foguete sul-coreano em Alcântara está previsto para ocorrer na manhã desta quarta-feira (21)

Essa será a terceira tentativa de enviar o dispositivo para o espaço; evento poderá ser visto a olho nu.

Imirante.com

Foguete Hanbit-TLV será enviado ao espaço pelo Centro de Lançamento de Alcântara.
Foguete Hanbit-TLV será enviado ao espaço pelo Centro de Lançamento de Alcântara. (Divulgação / Innospace)

ALCÂNTARA - A terceira tentativa de lançamento do foguete sul-coreano Hanbit-TLV no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) deve acontecer a partir das 6h desta quarta-feira (21). De acordo com os técnicos do CLA, essa é a última hora prevista na "janela de lançamento", que é o período em que todas as condições estão favoráveis para o envio de um foguete ao espaço.

Inicialmente, o lançamento do foguete Hanbit-TLV estava previsto para segunda-feira (19), mas foi suspenso por causa das condições meteorológicas que não estavam favoráveis. A segunda tentativa seria nesta terça-feira (20), porém, foi adiada após a revisão de uma válvula do foguete, a pedido da Innospace, empresa privada sul-coreana responsável pelo lançamento em Alcântara.

Caso o foguete Hanbit-TLV não seja lançado na terceira tentativa, a Innospace e a Agência Espacial Brasileira só definirão uma nova data em 2023.

Como ver o lançamento

O lançamento do foguete Hanbit-TLV poderá ser visto a olho nu em São Luís. O melhor lugar para observar o evento é o litoral, da Praia de São Marcos até a Praia da Raposa, que ficam mais próximas do CLA.

Se o tempo estiver bom na manhã desta quarta-feira, os espectadores poderão ver o foguete e a cauda de fumaça fazendo uma curva em formato de parábola, na direção do Oceano Atlântico, de acordo com o professor Antonio Oliveira, que faz parte do projeto 'Ilha da Ciência', da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Operação Astrolábio

Além de testar o funcionamento do foguete Hanbit-TLV, que é um lançador de satélites, a Operação Astrolábio leva ao espaço o Sistema de Navegação Inercial (Sisnav), desenvolvido por militares brasileiros com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação.

A Finep apoiou o desenvolvimento do Sisnav com recursos de quase R$ 40 milhões, destinados à Força Aérea Brasileira (FAB), em projetos executados entre os anos de 2005 e 2016.

De acordo com a pasta, o Sisnav é um experimento nacional para a navegação autônoma de foguetes, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço, da Força Aérea Brasileira (FAB), dentro do projeto Sistema de Navegação e Controle (Sisnac). A tecnologia fará parte do Veículo Lançador de Microsatélites (VLM).

“Com o lançamento, serão obtidos dados de voo que avaliam como o sistema se comportou em condições específicas de temperatura e pressão. Não haverá operação de resgate, pois os dados de voo serão coletados por telemetria. A carga útil pesa 20 quilos”, explicou o ministério, em comunicado. Será a primeira oportunidade de avaliar o comportamento da tecnologia em ambiente real de voo.

Todas as peças e equipamentos do foguete foram trazidos da Coreia do Sul e chegaram à cidade de Alcântara, no início de dezembro, cerca de 8 toneladas de componentes. “O sucesso da operação de lançamento vai demonstrar a capacidade nacional para lançamentos espaciais, gerar ganho de experiência para as equipes e inserção do país no mercado internacional”, destacou o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação.

Acordo de Salvaguardas Tecnológicas

O uso do Centro de Lançamento de Alcântara por empresas privadas e a retomada do Programa Espacial Brasileiro foi possível após a aprovação, pelo Congresso Nacional, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos. A medida entrou em vigor em dezembro de 2019.

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