Crítica

Crítica: Kelly Rowland acerta o passo em disco novo

"Talk A Good Game" é o quarto disco de estúdio da cantora.

Gustavo Sampaio/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h06

SÃO LUÍS - São distintas as opiniões sobre a 'separação' das integrantes do Destiny's Child, lá no início da década passada. A corrente que defende o 'fim' do trio aponta as contribuições, em carreira solo, de Beyoncé, ao mundo da música, principalmente, no eixo hip-hop/R&B. Fato é, as contribuições destas morenas vão muito além de 'Dangerously In Love", lançado em 2003, pela mulher de Jay-Z. Michelle Williams fez sua contribuição ao dance em "Unexpected", de 2008, e Kelly Rowland, finalmente, acerta em cheio com seu quarto disco de estúdio, intitulado "Talk A Good Game".

Em carreira de solo mesmo antes de Knowles, quando lançou "Simply Deep", em 2002, Kelly Rowland vem buscando, com o tempo, aperfeiçoamento e direcionamento na carreira hip-hop que ousou dar continuidade desde o "primeiro" término do já citado trio. Em "Ms. Kelly", de 2007, ela investiu em parcerias, mas foi em "Here I Am" que as atenções foram voltadas a ela, depois da recepção morna do incompreendido "4", de Beyoncé.

Em "Talk A Good Game", Kelly diminuiu o ritmo, se aperfeiçoou e evitou os caminhos traiçoeiros que optou anteriormente. "Freak", faixa que abre este registro, é enganosa. Apesar do "ritmo de balada" impregnado na canção, ela não foi feita para dançar como "Work" e "Commander", dos discos anteriores. E é nisto que está sua graça, assim como nas faixas que lhe procedem. Kelly foca mais no vocal e nas batidas, lembrando um dos melhores momentos de Janet Jackson, no início dos anos 90. Até certo momento retro, "Freak" é o esquenta necessário para abrir este disco que, de dançante, não tem muita coisa. Afinal, nem de longe esta é a proposta.

Com batidas marcadas pelo R&B, "Kisses Down Low", "Red Wine" e "Dirty Laundry" (que pode ou não trazer um desabafo de Kelly sobre a irmã popstar), são alguns dos destaques do álbum. Sem excessos, as canções demonstram nível suficiente para estar entre as melhores faixas do estilo, dignas de canções de Jill Scott, Melanie Fiona e Mary J. Blige.

Ainda que traga alguns equívocos, como na cansativa "Stand in Front of Me", escrita pelo rapper/arroz de parceria do momento, Pharrell Williams, "Talk A Good Game" justifica o erro dos demais discos ao arriscar algumas parcerias certeiras, como no hiphop de "Street Life", em parceria com Pusha T e "Gone", com Wiz Khalifa, que ainda traz sample de "Big Yellow Taxi", de Joni Mitchell.

Já em "You Changed", contando com as ex-colegas de grupo, Michelle e Beyoncé, Kelly canta mais tranquila e livre. Seria um presságio para uma retomada do Destiny's Child? Com "Talk A Good Game" na praça, fica difícil acreditar. E querer, também.

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