Obra

Autor explora masculinidade tóxica da família em livro

Em autoficção, Jeder Janotti Júnior aborda a masculinidade paterna imposta aos homens e os ritos de passagens que transformam dinâmicas familiares.

Evandro Júnior / Na Mira

Capa do livro
Capa do livro (Foto: Divulgação)

Inspirado na figura paterna — homem de rotinas rígidas, afeito aos bares, às amizades masculinas e à distância emocional com a família — o escritor e doutor em Ciências da Comunicação Jeder Janotti Júnior traduz no livro ‘Mãe, o pai não vai chorar?’ a inquietação diante dos rigores da masculinidade paterna. 

Com sensibilidade, aborda a lenta decadência física e psicológica do pai até sua morte — momento que dispara uma intensa rememoração de vivências e palavras não ditas.

Nos últimos encontros com o progenitor, o autor se lembra que o pai não conseguia mais caminhar, mas também não aceitava as próprias fragilidades apesar de depender do filho para tarefas simples. Ao revisitar outras lembranças marcantes — as viagens e afazeres durante a infância, a construção da casa da família e os lutos ao longo da vida —, Jeder confronta os ritos de passagem e as heranças emocionais transmitidas através das gerações, como a falta de aproximação física e afetiva entre os homens.

Por meio de uma linguagem imagética e lírica, Jeder Janotti Júnior destaca a mãe como arrimo familiar, uma vez que ela desempenhou múltiplos papéis para preencher as lacunas deixadas pela ausência emocional e falta de carinho do pai. Com uma prosa rica em detalhes, o escritor transcende a experiência pessoal para abordar questões cotidianas sobre identidade, conexões de afeto e as sensações que moldam a subjetividade de cada pessoa.

‘Mãe, o pai não vai chorar?’ é para todos aqueles que buscam fazer as pazes com a criança interior, por meio de reflexões sobre temas como o machismo, a desigualdade social e o medo de envelhecer. 

“Ao invés de pensar a narrativa memorialista como catarse ou como remédio, o livro é uma espécie de phármakon — termo grego que se refere à escrita como forma de ampliar o conhecimento. Mostra a potência da narrativa e seus limites para refletir sobre o existir”, conclui o escritor.

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