SÃO LUÍS - Muito antes da fundação de São Luís, cerca de 100 milhões de anos atrás, a região onde hoje a cidade se situa era uma terra habitada por criaturas exóticas – gigantes como os pterossauros, os titanossauros, além de carcarodontossauros e espinossauros vagavam pelas praias maranhenses e seus rastros ficaram preservados em rochas, que hoje revelam este majestoso passado.
O Maranhão é um dos Estados brasileiros que possui uma das maiores concentrações de fósseis. Na Ilha de Cajual, situada no município de Alcântara, encontra-se a Laje do Coringa, um depósito fossilífero de quatro hectares que possui a maior densidade de ossos de dinossauros por metro quadrado do Brasil.
A formação dos fósseis no Estado se deve a um conjunto de condições geológicas que atuaram na crosta terrestre fazendo com que ela fosse lentamente afundando. Atualmente, é possível perceber o mesmo fenômeno na cidade de Veneza, por exemplo, mas ele também ocorre no Mar Morto, Mar da Galileia, Mar Vermelho e no Vale da Morte.
Hoje em dia, o Maranhão não está mais sofrendo este processo. No entanto, foi esta condição que, há aproximadamente entre 113 e 95 milhões de anos, permitiu que os fósseis se formassem na região, ao invés de se tornarem pó.
Como os fósseis se formam?
Quando, por qualquer razão, um dinossauro morria, seus restos entravam em decomposição e eram consumidos por animais carniceiros que desmembravam suas carcaças e desarticulavam seus esqueletos. Com o tempo, a chuva, o sol e o calor enfraqueciam os ossos, e a chuva e o vento os espalhavam, fazendo com que eles fossem enterrados sob o solo.
Soterrados, os restos se endureciam até se tornarem uma rocha sólida. Assim, eles se transformam em fósseis e podem ficar enterrados por milhões de anos.
Onde já foram encontrados fósseis em São Luís?
Para o professor e pesquisador Manuel Alfredo Medeiros, a grande dificuldade para encontrar fósseis na cidade de São Luís se deve ao fato de se tratar de uma área urbana, cercada de concreto, o que dificulta o acesso aos materiais. Por isso, existem mais achados em regiões ermas e isoladas.
No entanto, ele conta que já houve uma descoberta no centro histórico de um fóssil de uma planta conífera. “Aqui em São Luís, na época da reconstrução do centro histórico, houve um esforço para reconstituir as galerias subterrâneas. Nessas escavações, foi encontrado um tronco que está aqui [no Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia do Maranhão]. Ele ficou na casa de um dos operários por vários anos. Quando ele soube que inaugurou o museu em 2002, ele trouxe para cá.”
De acordo com o professor, o local onde há a maior ocorrência de fósseis em São Luís fica entre a Praia da Guia e o Porto do Itaqui, mas também já houve achados na Praia de São Marcos e no Olho D’água.
Na década de 1970, por exemplo, durante trabalhos realizados no Porto do Itaqui, foram encontrados dentes de carcharodontosaurus, um caçador gigante que pesava quase dez toneladas, e placas de peixes pulmonados.
Um pouco mais longe da área urbana de São Luís, no Estreito dos Mosquitos, um canal natural que separa a ilha de Upaon-Açu do continente, também já encontraram fósseis de carcharodontosaurus e spinosauros, um predador que podia alcançar mais de 15 metros de comprimento e 4 metros de altura, chegando a pesar mais de 8 toneladas.
Principais dinossauros
As espécies mais comuns da região pertenciam ao grupo dos diplodocóides, animais pescoçudos e herbívoros que atingiam mais de 25 metros de comprimento. “Tem duas espécies no Maranhão: o amazonsaurus maranhensis e o itapeuasaurus cajapioensis, que foi encontrado por moradores de Cajapió”, explica o professor Medeiros.
“Entre os predadores, o carcharodontosaurus e spinosauros eram os principais. A gente encontra dentes deles no Norte e na região central do Maranhão. Para onde se vai, se encontra dentes e fósseis deles, principalmente em Alcântara e Vale do Itapecuru, mas também já foi achado em São Luís”, afirma.
Existem também evidências de uma grande concentração, em São Luís e Alcântara, de pterossauros, répteis voadores que se agrupavam em bandos, como fazem hoje as garças e os guarás. Já em menor concentração, também habitaram a região alguns titanossauros, pescoçudos que pesavam mais de 25 toneladas, se alimentavam de plantas e viviam em manadas.
Saiba Mais
- São Luís é reconhecida como Capital Nacional do Reggae
- Você conhece as personalidades que dão nome aos pontos turísticos de SL?
- Reveja como foram os shows de Alcione e Maiara & Maraisa
- Artesã homenageia São Luís em obras de barro: "povo e cultura que eu tanto amo"
- De Luis IX a Ferreira Gullar: as histórias por trás das avenidas que moldam São Luís
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.